Nvidia é a primeira empresa do mundo a valer 5 biliões de dólares
por Gabriel Lagoa | 29 de Outubro, 2025
O valor de mercado da empresa já ultrapassa o Produto Interno Bruto do Reino Unido, do Japão e da Índia.
A Nvidia tornou-se a primeira empresa do mundo a atingir uma valorização de 5 biliões (trillion) de dólares. O marco foi alcançado esta quarta-feira, apenas três meses depois de a fabricante norte-americana ter ultrapassado a barreira dos 4 biliões.
O crescimento acelerado resulta da procura por chips usados em aplicações de inteligência artificial (IA). Desde o lançamento do ChatGPT, em 2022, as ações da empresa valorizaram doze vezes. “A Nvidia passou de fabricante de chips a criadora de uma indústria”, lê-se na Reuters.
Encomendas de meio bilião e supercomputadores nos EUA
O CEO da empresa, Jensen Huang, revelou esta semana encomendas de chips no valor de 500 mil milhões de dólares e a construção de sete supercomputadores de IA para o Departamento de Energia dos Estados Unidos. Após o anúncio, as ações da Nvidia subiram 4,6%.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional, citado pela Euronews, o valor de mercado da empresa já ultrapassa o Produto Interno Bruto do Reino Unido, do Japão e da Índia. Com cerca de 24,3 mil milhões de ações em circulação, o preço por ação atingiu os 207,86 dólares, segundo a Euronews.
A valorização catapultou Jensen Huang para o topo da lista dos executivos mais ricos do mundo. O fundador e CEO, que nasceu em Taiwan mas vive nos Estados Unidos desde criança, detém uma participação na empresa avaliada em cerca de 179 mil milhões de dólares, segundo cálculos da Reuters.
Fundada em 1993, a Nvidia é responsável pelos processadores H100 e Blackwell, utilizados em modelos de linguagem como o ChatGPT e nos sistemas de inteligência artificial da xAI, de Elon Musk.
Rivalidade tecnológica entre EUA e China
O domínio da Nvidia também a colocou no centro da disputa tecnológica entre os Estados Unidos e a China. O presidente norte-americano, Donald Trump, deverá discutir o futuro dos chips Blackwell com o líder chinês, Xi Jinping, ainda esta semana.
As restrições impostas por Washington à exportação de chips avançados continuam a ser um ponto de tensão entre as duas potências. A CNN refere que Huang elogiou as políticas de incentivo à indústria tecnológica dos EUA, mas alertou que excluir a China do ecossistema da Nvidia pode limitar o acesso norte-americano a metade dos programadores de IA do mundo.
Parcerias, investimentos e dependência mútua
Nos últimos meses, a Nvidia anunciou um investimento de 100 mil milhões de dólares na OpenAI, em troca de contratos de fornecimento de chips, e um investimento adicional de mil milhões na Nokia, para o desenvolvimento de tecnologia 6G. A empresa também firmou uma parceria com a Uber no setor dos veículos autónomos.
Ao mesmo tempo, investiu 5 mil milhões de dólares na Intel, uma das suas principais rivais. Esta teia de alianças reflete a dependência mútua entre os principais atores da indústria e a ausência de retornos imediatos tem levantado dúvidas entre analistas sobre a sustentabilidade do crescimento.
“Grande parte da expansão da IA depende de um pequeno número de empresas que financiam a capacidade umas das outras”, explica Matthew Tuttle, CEO da Tuttle Capital Management, à Reuters. “Quando os investidores começarem a exigir resultados em vez de novos anúncios de capacidade, o ciclo poderá abrandar”, acrescenta.
A Nvidia deverá apresentar resultados trimestrais a 19 de novembro. Diz a Reuters que as estimativas apontam para uma continuação do crescimento das receitas, sustentadas pela procura mundial por centros de dados e infraestruturas de computação.
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