A cortiça portuguesa continua a marcar o seu lugar no mundo e o Bronze atribuído a este livro nos European Design Awards mostra isso mesmo
Desde 2007 que um grupo de jornalistas, editores e académicos se reúne anualmente para selecionar, avaliar e reconhecer os melhores exemplos de design de comunicação: são os European Design Awards. Por isso, todos os anos há um festival — sempre numa cidade diferente — onde se reunem “as pessoas mais criativas da comunidade” e onde são entregues os prémios.
Este ano, Portugal foi um dos países vencedores. O mais recente projeto editorial da Corticeira Amorim — The Cork Book — recebeu o galardão Bronze 2018 no passado dia 2 de junho, em Oslo, na Noruega. Esta publicação apresenta, de uma forma global, “a indústria da cortiça, a sua singularidade e as fantásticas florestas de sobreiro que são a origem sustentável de um extenso portfólio de produtos, desenvolvidos a partir da cortiça, uma matéria-prima natural”, lê-se num comunicado.
O projeto gráfico do livro foi pensado e desenvolvido pelo atelier italiano Studio FM Milano. O simbolismo na capa pode passar despercebido aos mais distraídos, mas quer passar uma mensagem. “O livro apresenta na capa a palavra Cork, dividida em duas linhas, uma analogia com o elemento químico da Tabela Periódica dos Elementos. Com estampagem em todas as faces, a publicação apresenta uma textura da superfície e proporções que evocam a cortiça como um elemento primário, tal como o ferro e o ouro”.
Nas páginas interiores do livro são utilizados códigos visuais contemporâneos, sobrepostos a uma linguagem mais clássica. Desta forma, pretende-se mostrar a “dicotomia entre um material que é utilizado há milhares de anos e que, ao mesmo tempo, dá origem a novas e inesperadas utilizações”.
As cores também não foram escolhidas ao acaso. “A paleta cromática do The Cork Book desenvolve-se em torno de duas cores especiais”: o verde escuro corresponde à “cor institucional da Corticeira Amorim” e o verde fluorescente quer “fazer referência aos ecrãs digitais”, mostrando-se assim “a natureza ambivalente da cortiça”.
Afinal, apesar de ser “uma matéria-prima antiga”, a cortiça é contemporânea, “100% natural” e pode ser “aplicada em inúmeras soluções e ambientes high-tech”.