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Tecnologia portuguesa em Las Vegas. Como seis startups nacionais chegaram à CES

por | 12 de Janeiro, 2018

Tecnologia portuguesa em Las Vegas. Como seis startups nacionais chegaram à CES

É a primeira vez que startups portuguesas são desafiadas a apresentar as suas inovações na CES, a maior feira eletrónica de consumo do mundo que celebra a sua 51º edição. Reune mais de 4 mil empresas e 180 mil profissionais – e 58 mil vieram de fora dos EUA. “Pensámos em levar cinco startups para a feira, mas, na reta final, quando já estávamos praticamente prontos para ir, apareceu uma startup muito interessante, cuja fundadora é mulher, o que é relativamente raro nesta área da tecnologia eletrónica”, conta, ao The Next Big Idea, Maria Miguel Ferreira, diretora da StartUp Portugal.

A adição de última hora é a “My Didimo”, fundada na Universidade do Porto por Verónica Orvalho. Trata-se de uma startup que permite criar “avatares” a partir de uma única foto tirada pelo telemóvel. Em minutos, a fotografia é transformada num avatar que fala e que se move num mundo virtual. Foi esta invenção que valeu a Verónica o quarto lugar na “Women Startup Challenge VR and AI”.

Ao lado da “My Didimo” está a Follow Inspiration, de Luís de Matos, que opera na construção de ‘robots’ de apoio ao consumo, isto é, que acompanham pessoas com mobilidade reduzida, ajudando-as a efectuar as compras. A empresa nasceu de uma necessidade pessoal de Luís, que se move numa cadeira de rodas.

Na comitiva das seis startups portuguesas seguiu a Findster, que criou uma tecnologia de tracking [localização] de animais de estimação por GPS; a Invoice Capture, que oferece serviços de optimização de faturação; a Foundry, uma plataforma de ‘cloud’ que permite a projeção e simulação de produtos em 3D e a SubVisual, uma empresa de design especializada em conteúdos e produtos mobile e web.
Questionada sobre o que conduziu esta escolha, Maria Miguel explica que os critérios de selecção tiveram em conta “a capacidade que as startups têm de tirar proveito destas iniciativas, o seu nível de preparação para abordar o mercado externo, o nível de maturidade do produto que apresentam e as competências das pessoas que compõe as startups”.

“Nós recebemos muitas candidaturas mas levamos poucas empresas, para que o acompanhamento seja constante e individualizado”, acrescenta a presidente da StartUP Portugal. Este acompanhamento tem, de facto, vários contornos, tanto a nível financeiro — as empresas são ajudadas a suportar os custos da viagem —, como logístico.

Maria Miguel salienta que a StartUP Portugal também apoia estes projetos no relacionamento com determinadas entidades, o que é especialmente relevância.

Nesta feira, “as empresas portuguesas procuram clientes de mercados externos, com uma dimensão interessante, e que talvez não encontrassem em Portugal”. Além disso, as startups pretendem também crescer através do relacionamento com outras startups.

E a comitiva portuguesa conta com uma receção calorosa na CES. “Foi apresentado um estudo pela CTA [Associação de Tecnologia de Consumo responsável pela organização deste evento] que aponta Portugal como o quinto país mais inovador da Europa, e o nono mais inovador do mundo, o que gerou alguma curiosidade adicional pelas empresas portuguesas”, conta Maria Miguel.

Para a diretora da StartUP Portugal, este é um evento essencial para perceber “o que está a acontecer nos diferentes setores, e como a tecnologia está a transformar os próprios setores”. Contudo, aponta, este é apenas um dos 25 eventos internacionais nos quais a StartUP Portugal tenta incluir projetos portugueses

A StartUP portugal é uma entidade que está vocacionada para apoiar a comunidade empreendedora nacional – as incubadoras, aceleradoras e os próprios investidores de capital de risco.

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