Elétrico, inovador, sustentável – na música e no resto
Dos mais variados estilos de música às manifestações de arte urbana, sem esquecer o equilíbrio. Nada ficou de fora num evento onde a palavra de ordem foi o futuro do planeta.
O Parque da Pasteleira foi palco de um casamento perfeito entre o mundo artístico e a cidade do Porto. O The Next Big Idea aliou-se à segunda edição do Festival Elétrico, que se realizou no mês de julho, num evento que foi muito mais do que música. A inovação e o empreendedorismo estiveram no centro de várias discussões onde o tema principal de 2019 foi a sustentabilidade.
Projetos inovadores na área do ambiente e da sustentabilidade estiveram presentes no espaço Press Start, que contou com o apoio da Câmara Municipal do Porto, do Porto Innovation Hub e da Quercus.
No arranque do festival, Vítor Magalhães, um dos fundadores do Elétrico, juntou-se à jornalista Rute Sousa Vasco para uma breve apresentação no Press Start. Os temas da sustentabilidade e proteção ambiental não foram escolhidos ao acaso. O principal objetivo da organização foi criar vários focos de interesse e mostrar que o Festival não era só música eletrónica.
Num mundo em que todas as setas apontam para a transformação da atual economia linear para uma economia circular, é fundamental sensibilizar cada cidadão para o impacto que as ações mais básicas, que praticamos todos os dias, têm no meio ambiente. A representante da Quercus, Elisabete Moura, falou com André Facote e Andreia Coutinho, da Skizo, e com Ana Maria Pereira, do Futuro – Projeto das 100 Mil Árvores. A conversa girou à volta de dois grandes problemas ambientais: o desperdício de plástico e a desflorestação nas cidades.
O segundo painel da Press Start debruçou-se na vertente da investigação científica. A Mag2Clean e a NetTag marcaram presença no Elétrico e explicaram duas iniciativas que são desenvolvidas a pensar nos produtos, ainda antes de eles chegarem às nossas mãos.
A sustentabilidade nos meios urbanos não ficou de fora e a escolha da cidade do Porto não foi feita ao acaso. Em conversa com Pedro Sousa, da Quercus, o vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Filipe Araújo, falou de forma detalhada sobre as políticas ambientais da cidade. Hoje a prioridade é projetar uma sustentabilidade que ligue todas as vertentes, da cultural até à social, de forma a melhorar a qualidade de vida da população.
Lado a lado com a discussão sobre o futuro do planeta esteve o tema dos resíduos e a poluição. A representante do Zero Waste Lab, Ana Salcedo, esteve presente e contou tudo sobre o plano perfeito para qualquer domingo (Sunday, numa tradução livre) ou para qualquer dia de sol (sun day, noutra alternativa de tradução). Os Plastic Sundays são um projeto que promove a limpeza de praias e combate a contaminação dos oceanos.
Ao longo de três dias, o tema da sustentabilidade foi discutido e aplicado aos mais variados setores. A Still Urban Design esteve no Elétrico, representada pela Sofia Pêra, que explicou como é que um grupo de arquitetos e paisagistas alia o seu trabalho às alterações climáticas.
Antes de fechar o espaço Press Start, houve ainda tempo para o regresso de Vítor Magalhães, acompanhado por Carlos Piecho, da G Teatro, também responsável pelo ateliê infantil do Elétrico. Durante todo o festival, as artes aliaram-se à sustentabilidade e o recinto do Parque da Pasteleira esteve decorado com várias criações feitas a partir de materiais reutilizados.
Com atividades para todas as faixas etárias, a organização procurou dinamizar o evento sem nunca deixar de pensar no impacto para o ambiente. Uma das grandes procupações foi diminuir o desperdício no evento. A solução passou por adotar a utilização de copos reuilizáveis, como substituto dos descartáveis.
Para além do área Press Start, manhãs de meditação e noites de festa ao som de música eletrónica marcaram os três dias da segunda edição do festival Elétrico.