RIP CNN+: Serviço de streaming durou um mês
por The Next Big Idea | 21 de Abril, 2022
O CNN Plus vai chegar ao fim um mês depois de ter sido lançado no mercado norte-americano. A fusão recente da dona do canal (WarnerMedia) com a Discovery e a fraca adesão dos subscritores ajudam a justificar uma situação que só pode ser descrita como bizarra.
O anúncio foi noticiado pela própria CNN esta quinta-feira e dá conta que o serviço será oficialmente encerrado a 30 de abril.
Os subscritores atuais vão ser reembolsados.
Disponível no mercado norte-americano desde o dia 29 de março, a CNN+ acarretava um custo de 5,9 dólares mensais (ou 59,99 dólares anuais). Mas ao fim de somente 15 dias as notícias davam conta de que haviam menos de 10 mil pessoas diárias a utilizar o serviço.
Condenado desde o início?
A Protocol escreve que o serviço tinha uns reportados 150 mil subscritores após um mês no mercado. Contudo, os executivos da CNN traçaram um plano inicial que passava por angariar 2 milhões de subscritores só no primeiro ano. Por isso, se o negócio estava ou não a correr bem é algo aberto à discussão.
No entanto, o seu lançamento coincidiu com a fusão das empresas Discovery e WarnerMedia. E rapidamente ficou claro que a liderança da Discovery não tinha interesse num serviço de subscrição de notícias independente. Tanto que a Discovery congelou as despesas de marketing para promover o serviço e colocaram o diretor financeiro da CNN em lay-off.
“Num mercado de streaming complexo, os consumidores querem simplicidade”, justificou o responsável pelo streaming da Discovery, J.B. Perrette. “[Os clientes querem] um serviço completo que proporcione uma melhor experiência e acrescentem mais valor do que ofertas isoladas”, lê-se no comunicado.
O futuro
A Protocol adianta que os trabalhadores da CNN+ vão continuar a ser pagos e a receber as regalias durante 90 dias. Durante este período será dada a oportunidade de se candidatarem a outros cargos na CNN e na Warner Bros. Já o Diretor Digital da CNN e o principal arquiteto da CNN +, Andrew Morse, vai deixar a empresa.
“Embora a decisão de hoje seja incrivelmente difícil, é a decisão certa para o sucesso a longo prazo da CNN”, explicou o novo CEO da CNN, Chris Licht.
“[O fim da CNN +] permite-nos reorientar os recursos para os produtos centrais que impulsionam o nosso único foco: reforçar ainda mais o jornalismo da CNN e a sua reputação como líder global de notícias”, rematou. Por outras palavras, reforçar as hard news.
Agora, o esperado passa por aquele que parece ter sido sempre o plano de David Zaslav (CEO da Discovery nos últimos 15 anos e agora CEO da Warner Bros. Discovery) desde o início: a de criar a “melhor empresa de media do mundo”.
Numa longa entrevista à Variety, Zaslav detalhou a visão daquilo que considera ser o sucesso para o futuro. Em suma, atingir a meta dos 200/250 milhões de subscritores a nível mundial através de um conjunto de serviços de streaming (HBO Max, Discovery Plus e CNN+) num só sítio.