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A CNN lançou o seu serviço de streaming. Precisamos de mais notícias ou de outro tipo de notícias?

por Rute Sousa Vasco (Texto) | 30 de Março, 2022

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A CNN lançou o seu próprio serviço de streaming de notícias, o CNN Plus. Conta com cerca de uma dezena de programas semanais, mais de 1000 horas de conteúdos on-demand e uma ferramenta interativa que permite colocar aos jornalistas e aos convidados perguntas sobre as notícias do dia.

O novo serviço de streaming está disponível, para já, no mercado americano nas plataformas da Amazon Fire TV, smartphones e tablets, tanto Android como da Apple. Entre os programas de autor, contam-se nomes como Audie Cornish, Anderson Cooper e Jake Tapper.

“Vemos o CNN Plus a tornar-se um hábito. É algo completamente novo que complementa o produto que a CNN oferece na televisão linear [emissão direta]”, disse Robyn Peterson, Chief Technology Officer da CNN numa demonstração do serviço.

A questão que se coloca é mesmo se há espaço para este novo hábito nas notícias, atendendo ao intenso ciclo de informação 24 horas/ 7 dias por semana, no qual a CNN já se insere.

Numa primeira análise, a componente mais inovadora do CNN Plus é mesmo o designado Interview Club, a tal ferramenta inspirada no modo Reddit [!Ask me anything” – pergunta-me o que quiseres, fórum em que um convidado responde às questões que lhe são colocadas pela comunidade).
O ponto é se vale o pagamento de uma mensalidade que será de 6 dólares por mês –e os subscritores continuam a ter de pagar a mensalidade de cabo para aceder à programação de televisão “normal”. No primeiro mês, a CNN Plus tem um desconto de 3 dólares mensais para quem se ligue durante esse período e enquanto continuar ligado.

O serviço vai concorrer – pelo menos no orçamento disponível – não apenas com a oferta de streaming dos grandes players, mas também com o YouTube, para destacar o mais óbvio, que tem muitas propostas de informação sem que obrigue a mensalidade.

A forma como estamos a consumir informação é o grande desafio para os grupos de media. Além de uma discussão mais alargada sobre as consequências do ritmo de produção ao segundo, os números disponíveis nos mercados mais maduros evidenciam mudanças no comportamento dos leitores/espectadores/utilizadores.

Dados recentemente publicados no mercado americano, mostram que de 2020 para 2021 houve uma quebra muito significativa (menos 65%) na interação nas redes sociais com artigos informativos e uma quebra igualmente assinalável na audiência de televisão por cabo em prime time (menos 36%).

São dados que resultam também de uma fadiga monotemática (notícias sobre a pandemia de Covid-19), mas também de uma diferente distribuição de tempo e de forma de consumir informação.

É neste contexto que a nova CNN Plus vai procurar fazer a sua afirmação.

Outras sugestões do dia:

  1. É mais fácil reduzir os salários do que aumentar as vendas

Uma investigação científica do National Bureau of Economic Research sobre a formação ministrada pelas escolas de gestão nos Estados Unidos mostra que são mais adeptas de ensinar os futuros gestores a cortar nos salários do que a aumentar as vendas. Uma notícia que pode ser lida no site da Bloomberg.

2. Porque é que os preços do gás estão tão caros?

É o que temos andado a perguntar por estas semanas –e  não, não basta dizer que é por causa da guerra na Ucrânia. Este vídeo pode ajudar.

3. Continua a ser Ano Novo em alguma parte do mundo

Na Tailândia, celebra-se de 13 a 15 de abril e é uma festa que atrai pessoas de todo o mundo. Uma das atividades mais apreciadas no festival Songkran são as lutas de água foram proibidas pelo terceiro ano consecutivo, devido à pandemia. Dizem os entendidos que é um pouco como La Tomatina sem tomates pelo ar, mas continuam a ser dias de festa.