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Oceano Fresco angaria 17 milhões de euros para avançar o setor da aquacultura além-fronteiras

por Gabriel Lagoa | 25 de Julho, 2024

Injeção de capital também marca o primeiro investimento direto do Fundo de Capitalização e Resiliência, do BPF, na Aquacultura Sustentável. O objetivo é expandir as operações da Oceano Fresco e melhorar a sua produtividade.

A Oceano Fresco, uma startup portuguesa dedicada à aquacultura sustentável de bivalves, anunciou hoje ter angariado um total de 17 milhões de euros numa ronda liderada pela Indico Capital Partners, com a participação da BlueCrow Capital, do fundo neerlandês Aqua-Spark, Semapa Next, a sociedade de capital de risco da Semapa, e do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), gerido pelo Banco Português de Fomento (BPF). 

Do montante total de 17 milhões de euros, 8,05 milhões são provenientes do Programa de Coinvestimento Deal-by-Deal do FdCR e 3,45 milhões foram levantados através do Indico Blue Fund, um Fundo de Capital de Risco gerido pela Indico Capital Partners. 

Sediada na Nazaré, a Oceano Fresco destaca-se pela sua abordagem à cultura de bivalves em viveiro em mar aberto. A empresa integra verticalmente todo o processo, desde a reprodução até ao desenvolvimento de amêijoas adultas em ambiente marinho. O programa de Investigação & Desenvolvimento (I&D) da startup combina biotecnologia e produção, focando-se na reprodução seletiva e crescimento de espécies nativas europeias de amêijoas. 

Este investimento de 17 milhões de euros permitirá à Oceano Fresco financiar um aumento significativo das despesas operacionais e de capital, com o objetivo de melhorar substancialmente a produtividade. A empresa planeia investir em novas tecnologias e processos para aumentar a eficiência e reduzir custos, bem como expandir as suas operações através da construção de novas instalações de cultivo, aquisição de equipamentos avançados e ampliação da área de operação em mar aberto. Atualmente, fornece clientes em Espanha e Portugal e em breve irá expandir para outros mercados europeus.

Ana Carvalho, CEO do Banco Português de Fomento, afirma em comunicado que este investimento “reforça o compromisso do BPF com a economia do mar, apoiando uma startup inovadora que se posiciona na aquacultura sustentável dirigida ao cultivo de bivalves de alta qualidade em Portugal”.

Stephan de Moraes, Managing General Partner da Indico Capital Partners, mostra-se entusiasmado por fazer parte da visão da Oceano Fresco e salienta a crescente procura global de proteínas, bem como a necessidade de cultivar amêijoas de forma sustentável e sistemática.

Quanto a Bernardo Carvalho, CEO da Oceano Fresco, sublinha que para a startup, “ter parceiros conhecedores que partilhem os nossos valores e visão é, pelo menos, tão importante como angariar dinheiro. Tendo isto em mente, damos as boas-vindas à Indico Capital Partners e ao Banco Português de Fomento nesta aventura, tal como saudamos o apoio renovado da AquaSpark e da BlueCrow, à medida que continuamos no nosso caminho para nos tornarmos líderes mundiais na aquicultura regenerativa de bivalves”. 

A Oceano Fresco tem vindo a atrair apoio financeiro diversificado, incluindo investidores estratégicos nacionais e internacionais e incentivos públicos. A empresa é reconhecida pelo seu papel na proteção de ecossistemas naturais, ao cultivar espécies ameaçadas pela apanha excessiva e ilegal, e ao contribuir para a redução da pressão sobre os recursos terrestres e o combate às alterações climáticas.

Em 2021, a startup recebeu um investimento de 6,1 milhões de euros numa ronda série B, co-liderada pela Semapa Next e pela Aqua-Spark.

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