Entre faturas e garantias, a Keep Warranty vai agora participar no maior programa de aceleração da Europa
Esta startup, que começa a dar cartas no estrangeiro, pretende resolver um problema que afeta muita gente: organizar e guardar garantias e faturas. Assim, a Keep Warranty é uma app móvel, disponível em iOS e Android, que armazena todos estes documentos, notificando o utilizador quando estão prestes a expirar, estando sempre disponíveis, mesmo offline, caso haja necessidade de consulta.
Romana Ibrahim, fundadora e CEO da startup, explica todo o processo do programa de aceleração ao TNBI. “Começámos este processo de seleção em início de junho, quando nos fizeram o convite para participarmos no programa. Passámos por várias fases, até que em setembro soubemos que estávamos entre as equipas finalistas. A semana passada estivemos em Amesterdão, nos dias 2 e 3 de outubro, que foi quando fizeram a seleção final das startups que vão fazer parte do programa de aceleração de 2019, que começa agora a 5 de novembro”, começa por explicar.
Entre concorrentes de países como os Estados Unidos, Israel, Holanda e Reino Unido, a Keep Warranty foi a única empresa portuguesa selecionada. Por isso, a diversidade a nível de nacionalidades é imensa. “Nunca tínhamos estado perante uma qualidade de startups como a que vimos a semana passada [em Amesterdão]. Estão num nível totalmente diferente daquele que vemos no nosso ecossistema”, diz Romana. “Há pessoas muito valiosas em termos de conhecimento”.
E até a própria concorrência é diferente, refere. “Não é um ambiente de calma, é um ambiente tenso. As pessoas estão mesmo lá para passar à próxima fase. O júri também não está lá para facilitar a vida a ninguém, está mesmo para perceber se aquele projeto vai receber algum feedback positivo a nível de mercado e se é um projeto que pode dar lugar a algo que vai crescer mundialmente ou não. São todos muito pragmáticos”.
Mas o que acontece na seleção para um programa de aceleração? A resposta é simples, mas cabe muito lá dentro: avalia-se tudo. “Fizemos, por exemplo, testes psicotécnicos para ver como funcionamos, como reagimos face a problemas numa situação de crise, como é que se aceita a liderança numa situação de sucesso ou insucesso. É verdadeiramente transportar um projeto para o mundo real. E isto, durante dois dias. É um projeto bastante intenso. Temos de nos saber desenvencilhar”, afirma Romana Ibrahim.
“Temos também de fazer um pitch, uma apresentação maior do projeto, respondemos a perguntas que nos fazem sobre o nosso crescimento, qual é a grande motivação da empresa no Startupbootcamp e depois tudo isso é avaliado. Avaliam a equipa, o projeto, os fundadores, o potencial do projeto ir para o mercado e singrar e se eles próprios, enquanto júri, querem depois estar envolvidos com aquele projeto durante o processo de aceleração”.
A partir de 5 de novembro vão ser três meses intensivos. “Deixamos de ter agenda. Tudo passa a ser controlado pela aceleradora e semanalmente passamos a ter reuniões, objetivos a cumprir e se não há cumprimento desses objetivos obviamente não estamos a fazer um bom trabalho. Mas mesmo agora já estamos com esta dinâmica, a nossa startup foi uma das mais pontuadas em termos de equipa e projeto, assim que soubemos que tínhamos passado começámos logo com reuniões. Há muito trabalho que já está a ser feito e que normalmente só começaria a ser feito a partir de dia 5 de novembro, mas as coisas correram realmente muito bem”, especifica Romana.
Contudo, o trabalho com o Startupbootcamp não fica reduzido a três meses. “A partir do momento em que as empresas saem do programa de aceleração continuam sempre com o Startupbootcamp. Há uma continuidade, não há uma aceleração e depois somos largados de paraquedas. Há uma ligação que fica. Sentimos que as empresas estão muito abertas a receber as startups e apoiar e pôr em prática aquilo que nós levamos”, remata.
O Startupbootcamp começou em 2010 e é uma rede global premiada de programas de aceleração focados no setor da indústria e inovação, com mais de 20 programas na Europa, Ásia, América do Norte e do Sul, Médio Oriente e África. Em 2016 começaram o Startupbootcamp FinTech & CyberSecurity, dirigido por Michael Dooijes e Elizabeth Kleinveld e apoiado por uma vasta rede de entidades bancárias, serviços financeiros e seguradoras, de onde se destacam empresas como a PwC, NN, Rabobank, Mastercard, PGGM e BBVA.
Além da portuguesa Keep Warranty, vão também fazer parte do programa de 2019 a Cobertoo e RefundMe (Espanha) Emcee, CyberCentric e FortifyData (EUA), Gridarrow (Holanda), Onionfive (Coreia), Rabolab (Reino Unido), Smart Advice (Turquia), Soisy e Swascan (Itália).