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Empreendedorismo Social. Aprender a pensar em grande, porque o mundo não se muda de outra forma

por | 12 de Novembro, 2018

Empreendedorismo Social. Aprender a pensar em grande, porque o mundo não se muda de outra forma

“Think Big” [pensa em grande]. Esta é a frase que se agiganta na parede cinzenta da sala que recebe os empreendedores sociais. À frente, cacifos amarelos chamam à atenção pelo choque de cor e levam a reparar nas lâmpadas desenhadas logo acima. É que esta é uma sala onde se têm ideias, onde se pensa em grande, onde a criatividade tem de fervilhar.

A iniciar a sessão e a dar as boas-vindas ao grupo dos 15 vencedores do Programa Jovens Empreendedores Sociais — 10 espanhóis e cinco portugueses — estiveram os dois diretores do programa: Susana Martins, por Portugal, e Andrés Pina, por Espanha. Ao longo dos últimos meses, os dois países trabalharam lado a lado para proporcionar esta semana de formação. E foram precisos “muitos anos para que Portugal tivesse também o JES”, brinca Susana Martins. Afinal, “em Espanha é já a décima edição e nós estamos ainda a começar”.

Para Andrés Pina, o que importa é estar ao longo destes dias com vontade de “ver as coisas com novas formas”. É necessário abrir a mente e arriscar. O fundamental é perceber que é preciso formação sobre valores que permitam construir “um mundo mais junto e sustentável”. Esta é, segundo o diretor do JES em Espanha, uma necessidade real, e “o poder da educação nesta vertente é decisivo”.

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No que diz respeito à diferença entre o número de empreendedores vencedores em Portugal e Espanha a explicação é simples: “cada país tem liberdade para decidir quantos projetos premeia”, justifica Susana Martins. Três, cinco, dez, o que importa é terem por base uma ideia que ajude a transformar a sociedade, que permita resolver um problema concreto no país em questão.

Esta segunda-feira, 12 de novembro, os empreendedores tiveram o primeiro momento de contacto mais sério. Se os cinco portugueses já se tinham visto na cerimónia de entrega dos prémios, alguns dos espanhóis ainda não se conheciam. Então, é preciso quebrar o gelo.

Para começar, um exercício individual. Antes de olhar para os outros é preciso olhar para si. O desafio é simples. No “Caderno de Aprendizagens” que lhes foi distribuído têm de desenhar corações: os inteiros representam aquilo que gostam enquanto empreendedores, os corações partidos são aquelas coisas que não gostam tanto. O exercício repete-se, aplicado aos projetos específicos de cada um.

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E se em Roma sê romano, em Espanha sê espanhol. Por isso, portugueses e espanhóis falam a mesma língua e por momentos fazem-se passar uns pelos outros. E porquê? Há uma espécie de “Quem é quem?” para jogar, para se conhecerem. Dois a dois, aprendem tudo o que há a saber sobre o outro e a seguir fazem-se passar por ele — não sem o desenhar num post-it que é colado na camisola, como fotografia de quem não se é mas se finge ser.

Depois disto, ao longo da semana os desafios vão ser vários. É preciso falar de criatividade, de vencer medos e ultrapassar situações de crise. Mas também é preciso saber storytelling — porque é a contar histórias que a gente se entende —, sem esquecer os modelos de negócio e mesmo o team building. O objetivo final é fazer com que os projetos já vencedores saiam ainda mais a ganhar.

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Projetos portugueses na semana de formação em Madrid

Explicame.pt

Desenvolvido por André Ferreira dos Santos, o Explicame.pt é uma plataforma aberta à comunidade estudantil que valoriza o trabalho e dedicação de explicadores. Com este projeto, qualquer aluno pode aprender, em qualquer lugar e sem limitações, encontrando a ajuda perfeita para promover o seu sucesso através de uma comunidade.

Just a Change

Fundada por António Maria Horta e Costa Ravara Bello, o Just a Change pretende moblizar voluntários para a reconstrução de casas de famílias em situações de pobreza, de forma a transformar a vida das pessoas.

APAC Portugal

Duarte Sousa Pires Abrantes da Fonseca criou a APAC Portugal. O principal objetivo é a promoção de programas de reinserção de reclusos e antigos reclusos, com vista à diminuição da reincidência criminal. Existem também ações de advocacy e promoção de um evento anual que permite combater o estigma da sociedade em relação ao estatuto de recluso e antigo recluso.

Menos

João Duarte criou o Menos, que tem como missão estabelecer o microempreendedorismo como solução para o desemprego, combinando a tecnologia, o empreendedorismo e uma rede de mentores especializados e práticas simplificadas de startups de alta tecnologia.

Revolução das Minhocas

Pierre Del Cos pensou na Revolução das Minhocas como uma forma de ajudar os cidadãos e organizações a reduzir a pegada ecológica dos resíduos orgânicos, fornecendo sistemas de compostagem com minhocas, fertilizantes de minhocas e organizando formações de vermicompostagem.

O programa JES

A primeira edição do Programa JES foi promovida pela Universidade Europeia, pela Laureate International Universities, International Youth Foundation, Forum Estudante e pela Ashoka Portugal.

Em Portugal estiveram em avaliação 44 projetos empreendedores de caráter social e ambiental que foram analisados por especialistas desta área. O desafio foi dirigido a jovens entre os 18 e os 29 anos, fundadores ou cofundadores de iniciativas que procuram a transformação social baseada na equidade, justiça e na proteção do meio ambiente.

Os critérios de eleição basearam-se na capacidade de liderança, impacto social, sustentabilidade e visibilidade dos projetos e dos seus jovens líderes que atuam como personalidades inspiradoras de uma sociedade melhor.