Casas vazias em Lisboa. O vencedor do Hackathome foi a Junikek
por The Next Big Idea | 4 de Junho, 2022
A Junikek é uma solução assente em tecnologia blockchain que liga investidores e proprietários que listam o seu imóvel devoluto.
A equipa Junikek idealizou a solução DAOHomes com que venceu a iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa e da Starup Lisboa para procurar soluções tecnológicas e inovadoras para o problema das mais de 48 mil casas vazias em Lisboa. O Hackathome premiou as ideias de base tecnológica mais inovadoras com um total de 10 mil euros.
A Junikek é uma solução assente em tecnologia blockchain que liga investidores e proprietários que listam o seu imóvel devoluto. Reconhecendo o potencial da propriedade, os vários investidores interessados podem aplicar fundos à sua renovação. Uma vez concluídas as obras de renovação, a casa pode ser vendida ou arrendada, resultando num retorno financeiro a todos os envolvidos. A ideia para esta solução surge da noção de que existe falta de capital para que os proprietários possam renovar as suas casas para negócios imobiliários, ao mesmo tempo que 49% da população se mostra interessada em investir no mercado imobiliário.
A Junikek recebeu um prémio monetário de 7 mil euros e poderá ter a oportunidade de conjuntamente com a Câmara Municipal de Lisboa vir a ver a sua ideia implementada e apoiar um novo futuro para estas habitações.
Em segundo lugar, e com um prémio de 2 mil euros, ficou a home.io que consiste numa ferramenta de crowdfunding para estimular a reabilitação de casas.
A Pic-a-Home, uma aplicação que permite a qualquer pessoa reportar uma casa inabitada em tempo real, e assim manter uma listagem atualizada de casas devolutas, foi premiada com o terceiro lugar e merecedora de um prémio monetário no valor de mil euros.
Todas as equipas eram compostas por jovens universitários com perfis distintos da tecnologia, gestão, engenharias ou arquitetura que se uniram para dar resposta e ajudar a desenvolver ideias tecnológicas, inovadoras e sustentáveis para o desafio de dar nova vida às mais de 48 mil casas vazias da cidade, que vêem agora os seus projetos materializarem-se para além da ideia inicial.
Filipa Roseta, vereadora da habitação e desenvolvimento local da Câmara Municipal de Lisboa que entregou o primeiro prémio, explica que “a verdadeira importância deste projeto é a aproximação da tecnologia e da inovação à habitação. É uma oportunidade de atualizar modelos no setor da habitação, em Lisboa, e criar exemplos para outras situações”.
Gil Azevedo, diretor executivo da Startup Lisboa, acrescenta que “é uma honra a Startup Lisboa estar ligada a um desafio tão importante para a cidade de Lisboa, num evento que junta um problema real da cidade com soluções inovadoras pensadas pelos empreendedores do futuro – os estudantes universitários. Houve um trabalho fenomenal desenvolvido por todos os participantes do Hackathome que espero que possam ter ganho uma vontade de fazer parte do futuro do empreendedorismo do país”.
Um total de 13 equipas com 59 participantes participaram na iniciativa que decorreu nos dias 28 e 29 de maio no Hub Criativo do Beato, hub de empreendedorismo e inovação, onde tiveram 24 horas para idealizar uma solução com base na tecnologia. O programa teve intervenções da vereadora da habitação Filipa Roseta, do vereador da inovação Diogo Moura e da arquiteta Helena Roseta, com conversas sobre a habitação e os seus desafios, sessões de mentoria e momentos de networking, culminando num pitch final de onde foram selecionados os três vencedores.
Como parte do painel de jurados e empresas envolvidas estavam Filipa Roseta (CML), Gil Azevedo (Startup Lisboa), António Lamas (SRU), Abel Aguiar (Microsoft) e Bernardo Gonçalves (MyPolis).