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A nova etapa do Banco Português de Fomento

por Miguel Magalhães (Texto) | 16 de Julho, 2025

O Europarque, em Santa Maria da Faria, acolheu no passado dia 11 de julho a primeira edição do “Conversas com Fomento”, evento promovido pelo Banco Português de Fomento (BPF), que teve como objetivo dar início a uma nova etapa da relação entre Portugal e a Europa ou, mais precisamente, ente o BPF e o Fundo Europeu de Investimento (FEI).

O grande anúncio da conferência, que juntou mais de 1.000 empresários, investidores e atores políticos, foi a criação de um novo veículo de 6,5 mil milhões de euros que vai apoiar cerca de 30 mil empresas portuguesas com créditos com garantia europeia. Na sua essência, este novo instrumento financeiro vai permitir que os bancos comerciais cubram apenas 50% do risco dos créditos as empresas, ficando os outros 50% com uma garantia europeia, permitindo que na maior parte das situações possam oferecer taxas de juro mais baixas.

Antes da assinatura do novo protocolo entre o primeiro-ministro Luís Montenegro e Marjut Falkstedt, Presidente do FEI, houve espaço para discutir oportunidades que existem no tecido empresarial português entre acesso a talento, acesso a capital de forma menos burocrática e estratégias de internacionalização. Gonçalo Regalado, Presidente do Banco Português de Fomento, começou por apresentar nova estratégia da instituição para dar mais condições a investidores e a empresas. Isto passa por algumas mudanças na própria estrutura do banco, na simplificação de processos, numa maior digitalização e presença mais forte nas principais cidades portuguesas para além dos pólos Lisboa e Porto.

Na visão do executivo, estas medidas não poderão ser feitas sem uma aproximação ainda maior à Europa, daí a importância da colaboração com o FEI, no acesso aos próprios instrumentos que a União Europeia está a disponibilizar aos Estados-Membros para investirem nas suas principais indústrias.

Entre alguns dos projetos em maior destaque em termos de infraestruturas, estão a linha de TGV de Alta Velocidade, um investimento da Autoeuropa para uma nova linha de produção, um novo hospital em Lisboa e ainda uma candidatura à construção de uma AI Gigafactory em Portugal.

Gonçalo Regalado no “Conversas com Fomento” | Créditos: Banco Português de Fomento

Ao nível das empresas, houve espaço ainda para um painel onde as principais oportunidades e desafios de crescimento da economia portuguesa (e europeia) acabaram por ser os principais temas. Armindo Monteiro (CIP), Joana Rafael (Sensei), Nuno Prego Ramos (Valvian), Hugo Oliveira (Indie Campers) e Nuno Terras Marques (Visabeira) trouxeram as respetivas experiências profissionais para desenharem um playbook do que é necessário fazer para que mais empresas possam crescer a partir de Portugal e do Velho Continente. E o termo “velho” ganhou especial importância na forma como se definem prioridades, no modo como se mudam práticas que perduram há demasiado tempo ou se discutem perspetivas sobre inovação.

Todas estas empresas têm a sua versão de pensar global desde o dia um, mas para o fazerem em muitos casos enfrentaram obstáculos que são a causa de não haver mais casos de sucesso. O fórum foi também a oportunidade de demonstrarem como se expandiram para outros mercados, que uso deram às principais rondas de investimento que fizeram parte do seu percurso e até para a forma como recrutam e gerem os seus recursos humanos, tudo assuntos que estão a marcar a atualidade das principais empresas.

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