Para eles, o escritório é onde quiserem ou precisarem
O que é hoje um espaço de trabalho? Foi com essa pergunta em mente que Fernando Mendes, responsável do Cowork Lisboa, aceitou o convite da Samsung para uma experiência quase laboratorial: a de levar uma equipa de profissionais das áreas criativas para um local lindo e remoto e tentar perceber se conseguiriam, na mesma, desempenhar as suas funções habituais tendo como recurso garantido a tecnologia e uma ligação wifi.
Foi isso que aconteceu durante dois dias na Casa do Penedo, em setembro de 2018, num grupo constituído por Rita Camarneiro, humorista e apresentadora de TV, Hugo Barros Costa, ilustrador, Marco Brandão, gestor de redes sociais e colaborador da Shifter e Mike Ghost, fotógrafo. Uma experiência com um propósito bem definido para a marca que a promoveu, numa casa construída para estar integrada na natureza, sem televisão, sem telefones, sem eletricidade, sem qualquer tecnologia: a de provar que hoje em dia a tecnologia dá uma liberdade de movimentos que era inimaginável há apenas alguns anos. Desde que haja rede, claro. “Se recuasse 20 ou 25 anos e viesse para aqui era de certeza para vir meditar e isolar-me”, corrobora Fernando Mendes.
“As pessoas no escritório perguntavam-me: porquê a Casa do Penedo, no meio do nada? O que é que se vai fazer para lá? E eu respondia que é precisamente isso que queremos demonstrar, que a mobilidade está no centro das nossas vidas e das necessidades das empresas”, explica José Correia, diretor de marketing mobile da Samsung Portugal.
A experiência de Hugo Barros Costa, ilustrador, é exemplificativa da mudança que a tecnologia opera nas rotinas do dia. Desde 2010 que nunca sai de casa sem três cadernos e o respetivo estojo de canetas e pinceis que lhe permitem desenhar onde quer que esteja. Aos recursos tradicionais juntou uma nova ferramenta, um smartphone com uma caneta associada que lhe permite desenhar no ecrã, guardar cada esboço e ter a garantia que não faltam canetas, que a água não cai ou acaba impedindo que continue a pintar. “Comecei com um blog onde publicava todos os dias mas era praticamente analógico. Eu desenhava, digitalizava o desenho e publicava online – o que me complicava as coisas quando estava a viajar porque não tinha o meu scanner. A partir do momento em que passei a ter um smartphone tudo mudou, passei a estar mais tempo a desenhar e menos tempo a fazer o upload do meu trabalho”, relata.
Uma mudança que Rita Camarneiro, humorista e apresentadora de tv, também reconhece na sua vida: “escrever podemos escrever em qualquer lado e deixou de ser um obstáculo estarmos longe do sítio onde nós trabalhamos ou vivemos. Podemos mantermo-nos a par de tudo, responder a emails, escrever guiões …”, afirma.
A facilidade de manter rotinas profissionais independentemente do local onde se encontram foi uma das conclusões mais fáceis dos dois dias que o grupo passou na Casa do Penedo. A mais difícil foi que a liberdade que os equipamentos hoje oferecem torna também muito tentadora a ideia mudar de vida, sobretudo quando quando o local de imersão escolhido tem as características do cowork improvisado em Fafe. Uma ideia que por todo o mundo atrai cada vez mais pessoas que escolhem viver fora dos grandes centros — sem que isso as impeça de manterem os vínculos profissionais. “À medida que aquilo a que ainda chamamos trabalho se vai desmaterializando e que é cada vez mais flexível, portátil e que anda connosco por todo o lado, claro que a secretária passa a ser desnecessária quando tudo o que fazemos é on the go”, sustenta Fernando Mendes.
Então afinal a que chamamos hoje “local de trabalho”?
“O trabalho é onde nós estamos, à hora que nós queremos e quando nós quisermos, basicamente é isso em que acreditamos”, sumariza José Correia.