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Zoom e a corrida à Presidência dos EUA

por Miguel Magalhães (Texto) | 30 de Julho, 2024

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades ou, no caso da plataforma de videoconferência americana Zoom, encontram-se novos casos de uso para manter a relevância.

Algum contexto: o Zoom foi uma das empresas que mais beneficiou da pandemia. Os confinamentos, as reuniões virtuais, o trabalho remoto foram todos fatores que contríbuíram para que as receitas da empresa passassem de 625 milhões de dólares em 2020 para mais de 4 mil milhões em 2022. Em muitas empresas, o “Zoom” tornou-se sinónimo de videoconferência (mesmo nas que utilizavam outras plataformas).

O regresso ao normal: Com o passar do tempo, o Zoom enfrentou cada vez mais obstáculos. Primeiro, as políticas de regresso ao escritório não terminaram com a utilização da plataforma, mas diminuíram o seu tempo de utilização. Segundo, a Microsoft e a Google “apanharam” o Zoom e melhoraram os seus serviços de videoconferência e de produtividade, levando a que a empresa perdesse a maior parte do “hype” e que visse o preço das suas ações a regressar a valores pré-pandemia (significativamente mais baixos).

No entanto, Eric Yuan, CEO da Zoom, não quer baixar o braços e ver a sua empresa juntar-se à longa lista de “One-Hit Wonders” da pandemia. E os eventos virtuais parecem ser a estratégia na qual a empresa está cada vez mais a apostar.

  • Kamala Harris, candidata democrata à Presidência dos EUA, utilizou o Zoom para juntar mais de 150 mil pessoas em três comícios online. Estes são uma forma de políticos organizarem eventos mais baratos, com mais alcance e com menos perigos de segurança. Desde o anúncio do afastamento de Biden, Harris já angariou mais de 200 milhões de dólares para a sua campanha e parte da razão pode estar nesta digitalização.
  • Fora da política, o Zoom tem-se tornado cada vez mais na plataforma predileta para empresas organizarem Webinars e outro tipo de iniciativas online, tirando proveito das ferramentas disponíveis na plataforma como a gravação dos eventos, a interação com convidados e a transcrição imediata em legendas.

Recentemente, Yuan também anunciou que a empresa estava a desenvolver avatares que poderiam assistir a reuniões em vez dos próprios utilizadores e resumir as reuniões. Provavelmente, esta funcionalidade será mais atrativa para os utilizadores individuais a perguntarem porque é que um “Zoom” não foi simplesmente um e-mail.

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