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Vamos falar de Inteligência Artificial?

por Miguel Magalhães (Texto) | 24 de Abril, 2025

Com estreia a 26 de abril, cada emissão semanal na SIC Notícias e nas plataformas digitais, apresenta uma abordagem informada, acessível e humana à forma como a IA está a transformar várias áreas da sociedade: do retalho à educação, da indústria à justiça, dos seguros à cibersegurança.

Cada episódio conta histórias de empresas, pessoas e instituições que estão a adaptar-se ou a reinventar-se com recurso à IA, enfrentando tanto o entusiasmo das novas possibilidades como as dúvidas e desafios que esta tecnologia levanta. É uma série sobre o futuro que já começou a acontecer.

“A Inteligência Artificial não é apenas uma mudança tecnológica. É uma mudança cultural, social e económica. O que nos propomos nesta temporada é mostrar o impacto desta revolução em Portugal, com protagonistas portugueses sem perder de vista o contexto global. Uma abordagem com os olhos postos nas pessoas e nas decisões concretas que estão a ser tomadas hoje e que têm impacto no futuro que estamos a construir.”Rute Sousa Vasco, autora e produtora executiva do The Next Big Idea

Esta nova temporada conta com uma parceria com o Instituto Superior Técnico, que colabora na curadoria de conteúdos e enquadramento científico e tem o patrocínio de três marcas líderes na inovação em Portugal: PwC, Fidelidade e Vieira de Almeida.

A inteligência artificial (IA) tem vindo a ganhar uma presença cada vez mais significativa nas nossas vidas diárias nos últimos vinte anos. A sua omnipresença em vários temas, como aqueles que são discutidos neste programa, desde as redes sociais à educação, medicina, ciência, defesa, direito, media, entre vários outros, torna evidente a sua influência crescente na vida moderna“, enquadra Arlindo Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico e presidente do Instituto de Sistemas e Computadores (INESC). “É importante não só compreender esta influência, mas também conhecer melhor os diversos aspectos da tecnologia e perceber os benefícios e riscos da mesma, em termos económicos e sociais“, complementa.

A Inteligência Artificial irá permitir uma maior automação de atividades tradicionalmente humanas – das tarefas individuais mais rotineiras aos processos coletivos mais complexos. Embora com níveis de utilidade distintos consoante a sua indústria, modelo de negócio ou cadeia de valor, todas as organizações acabarão por ter que adotar esta tecnologia de forma a se tornarem mais eficientes, produtivas e competitivas.“, refere Nuno Loureiro, Data & AI Director da PwC Portugal

A Inteligência Artificial transformará todos os modelos de negócio. Na advocacia, desafia-nos a repensar profundamente a forma como prestamos serviços jurídicos já que vem democratizar o acesso às fontes de conhecimento e pôr em causa a medição do valor dos serviços em função do tempo despendido.”, partilha Paula Gomes Freire, Managing Partner da Vieira de Almeida.

A IA em Portugal

Qual é o impacto desta transformação? Alguns números bastam para responder à pergunta: 

  • A IA pode destruir 481 mil empregos em Portugal e criar outros 400 mil, no espaço de uma década.  
  • 22 mil milhões de euros, ou 8%, é quanto a IA pode aumentar o PIB de Portugal em 10 anos. À escala global, o valor ascende aos 15.7 biliões de dólares (ou trillion) até 2030;
  • 75% das empresas a nível mundial utilizam soluções de Inteligência Artificial generativa em 2024. 

No primeiro episódio da série The Next Big Idea, o foco será na história da inteligência e nos momentos mais marcantes que permitiram que hoje a tecnologia esteja a impactar toda a economia global.

Os episódios seguintes vão explorar em profundidade os setores mais impactados pela revolução da IA:

No retalho, a IA redefine a experiência de compra tanto online como em lojas físicas. Os retalhistas utilizam Inteligência Artificial para personalizar ofertas, otimizar stocks e prever tendências de consumo, criando experiências de compra mais envolventes e eficientes num mercado cada vez mais digital.

O setor financeiro é um dos líderes na adoção de IA, utilizando algoritmos sofisticados em todos os aspectos da banca e investimentos. Esta tecnologia permite detetar fraudes, avaliar riscos de crédito e personalizar serviços financeiros, democratizando o acesso a serviços bancários mais seguros e eficientes.

No campo da cibersegurança, a Inteligência Artificial tornou-se simultaneamente uma aliada e um desafio significativo. As empresas utilizam IA para detetar e prevenir ameaças em tempo real, proteger infraestruturas críticas e antecipar novos tipos de ataques, enquanto enfrentam cibercriminosos que também empregam estas tecnologias. O fenómeno dos deepfakes apresenta-se como uma tecnologia disruptiva que tanto pode ameaçar a nossa perceção da realidade como criar novas possibilidades na educação e comunicação, exigindo soluções para um ecossistema digital mais seguro.

O setor segurador atravessa uma transformação radical com avaliações de risco mais precisas e gestão de sinistros mais eficiente. A IA permite criar produtos mais personalizados e novos modelos de negócio, como seguros baseados no comportamento real do cliente, redefinindo a relação entre seguradoras e consumidores.

A indústria de manufatura vive a quarta revolução industrial, com a IA a otimizar processos produtivos, prever falhas e criar linhas de produção mais flexíveis. Esta transformação impacta significativamente o trabalho industrial e as competências necessárias para o futuro, afetando desde grandes indústrias até pequenas e médias empresas.

Na área da sustentabilidade, a IA emerge como ferramenta crucial na luta contra as alterações climáticas. As empresas utilizam esta tecnologia para otimizar o consumo energético, gerir recursos naturais e desenvolver redes inteligentes, transformando a gestão de infraestruturas energéticas desde a manutenção até à otimização em tempo real.

O setor jurídico vive uma revolução desde a análise automatizada de documentos até à previsão de resultados de processos. Esta transformação levanta questões sobre privacidade, responsabilidade e a necessidade de novos quadros regulatórios, exigindo uma adaptação do direito a esta nova realidade tecnológica.

Os chatbots evoluíram de simples ferramentas de resposta automática para assistentes sofisticados capazes de compreender contexto, emoções e nuances de linguagem. Esta evolução está a transformar setores como a banca, o retalho e os serviços públicos, apresentando desafios na implementação técnica e na adaptação de colaboradores e clientes a esta nova realidade.

A série vai procurar fazer também análise da estratégia nacional de IA, explorando as iniciativas governamentais, académicas e empresariais que moldam o futuro tecnológico de Portugal. Esta análise comparativa com outros países permite identificar sucessos alcançados e desafios pendentes no fortalecimento do ecossistema português de IA.