Uma startup portuguesa construiu a primeira obra pública com impressão 3D
por Marta Amaral | 5 de Setembro, 2025
A primeira obra pública com recurso a impressão 3D é apresentada esta sexta-feira, no Ecocentro de Perafita, em Matosinhos.
A obra resultante de um concurso público para a Câmara Municipal de Matosinhos está a ser executada pela startup portuguesa Havelar em tempo recorde: no espaço de uma semana será erguido um edifício de 500 m² e prevê-se que esteja finalizada no espaço de cinco meses.
Com um investimento de 800 mil euros, no novo edifício ficará sediado o projeto ReCircular, dedicado à reciclagem e reutilização de resíduos eletrónicos para economia circular com uma vertente social, que empregará pessoas com incapacidade daquela região.
“É com muito orgulho que apresentamos a primeira obra pública com recurso a esta técnica que acreditamos ser a construção do futuro e que nos vai permitir concluir este desafio em tempo recorde. Um agradecimento especial também à Câmara Municipal de Matosinhos por nos confiar esta obra que tanto servirá a região e que abrirá portas para novas soluções para o futuro”, sublinha José Maria Ferreira, cofundador e CEO da Havelar.
A tecnologia
A Havelar utiliza soluções de impressão 3D líderes a nível mundial, em parceria com a fabricante dinamarquesa COBOD, para desenvolver estruturas de alta qualidade de forma mais rápida, acessível e sustentável.
Nesta técnica de impressão 3D são utilizados betão e outros materiais como terras e argila, que permitem reduzir a pegada do carbono associada ao uso do cimento convencional e, ainda, diminuir a ocorrência de acidentes de trabalho, pois são necessários menos recursos humanos para a construção de uma casa ou edifício.
Em 2024, a startup portuguesa de Vila do Conde foi responsável por erguer a primeira casa em impressão 3D do país, em apenas 18 horas.
“Perante um contexto de crise de habitação e escassez de recursos, acreditamos que podemos ser a solução, pois a fórmula que utilizamos na Havelar permite construir casas e edifícios com menos custos, em menos tempo, e com uma menor pegada carbónica. Além de sustentável, a impressão 3D permite maior versatilidade no local de construção, o que para as autarquias poderá ser uma forma mais rápida e económica de dar resposta às necessidades da população, acrescenta o responsável.
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