Story: startup americana capta 80 milhões para proteger os direitos dos criadores na Era da IA

A Story, uma startup norte-americana que utiliza a tecnologia blockchain para proteger a propriedade intelectual, anunciou esta quarta-feira que assegurou 80 milhões de dólares numa ronda de investimento série B liderada pela Andreessen Horowitz, com a participação da Polychain e da Brevan Howard. De acordo com a CNBC, que cita fontes próximas do assunto, com este investimento a empresa com sede em São Francisco passa a estar avaliada em 2,25 mil milhões de dólares. 

Se um modelo de Inteligência Artificial utiliza dados produzidos por um indivíduo ou uma entidade, deve recompensar o criador. Este parece ser o mote da Story, que está a trabalhar numa solução a um problema que se tem levantado nos últimos tempos com a ascensão da IA generativa: como atribuir uma compensação justa a publicações cujos conteúdos estão a ser utilizados por chatbots, como o ChatGPT da OpenAI, que têm de ser alimentados com grandes quantidades de dados de forma produzirem respostas melhores. 

A resposta da startup para este problema passa pela blockchain, uma tecnologia que funciona como uma base de dados digital que regista ativos e transações e é replicada nos computadores de uma rede peer-to-peer. Na prática, é uma espécie de registo de quem tem o quê e de quem transaciona o quê. Os dados são encriptados de forma a ser mantida a confidencialidade. Para se ter uma ideia, esta é a tecnologia que sustenta as criptomoedas, como a bitcoin. 

Assim, como explica a CNBC, a Story funciona como uma rede blockchain que permite que os criadores provem que fizeram um determinado conteúdo e que são os donos da propriedade intelectual. O modelo de negócio da empresa passa por cobrar uma taxa por qualquer ação que ocorra na sua rede.

A Story, fundada em 2022, planeia canalizar este investimento de 80 milhões de dólares para o desenvolvimento da sua rede blockchain e juntar mais parceiros ao projeto. 

“Há um enorme e incrível renascimento digital que está a fazer com que todos sejam criadores, mas ao mesmo tempo, se ninguém estiver realmente a compensar e a monetizar corretamente a propriedade intelectual, é uma ação suicida para a IA a longo prazo”, afirmou o CEO da Story, SY Lee, em entrevista à CNBC. 

A empresa não é a única a desenvolver soluções neste sentido. No início deste mês, outra startup norte-americana, a Prorata.ai, levantou uma ronda de 25 milhões de dólares e tem já acordos com entidades como o Financial Times, a Axel Springer, o The Atlantic e a Fortune em que se compromete a uma partilha de receitas com base no modelo de subscrição da sua plataforma.

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