Targets, journeys e networking. Não são palavras estranhas num sítio onde todos falam de e-commerce
No primeiro dia do E-Commerce Connect, o centro das atenções foi o cliente. Não é por isso de estranhar que se tenha falado muito de customer journeys (ou jornadas do consumidor/cliente, numa tradução livre para português). Mas também se falou nde targets (públicos-alvo) e da importância de uma experiência do consumidor positiva e personalizada. Pelo meio, houve ainda espaço para discutir pagamentos online, tendências no comércio online e, claro, conteúdos, com a presença de empresas como a Unicre, Zendesk e Netquest.
O conceito do evento faz com que a troca de experiências sejam a pedra basilar das várias apresentações. Falamos de empresas que têm um produto para vender, que não tem de ser físico, que se cruzam com empresas de serviços e soluções aplicados ao comércio online. Aqui, a complementaridade sobrepõe-se à competitividade .
Representada por Noemi Sanchez, a Pepe Jeans foi um dos exemplos de sucesso neste primeiro dia. Uma marca de vestuário com mais de 400 lojas em todo o mundo, que alargou a sua presença para o mercado online para expandir o seu negócio e para ir ao encontro dos clientes. O site da empresa britânica conta com o serviço da Contentsquare, um software de customer behaviour (comportamento de consumidor) que ajuda a visualização as interações no site e a tomar decisões.
Recorrendo a analytics e a ferramentas desenvolvidas por inteligência artificial, a Contentsquare ajuda empresas a melhorar as suas receitas. Através de análises bissemanais e de várias versões experimentais, o software consegue decifrar quais os designs de website mais apelativos para o cliente, os conteúdos que mantém o consumidor durante mais tempo no site e a melhor forma de expor os produtos da marca.
__Speed dating empresarial, como quem diz, speed networking
Uma sala cheia de mesas redondas onde nascem ligações únicas. Cada pessoa tem 20 minutos para conquistar a atenção a quem está do outro lado. No melhor dos casos, são um match certeiro. Caso isso não aconteça, a sala está cheia de muitas mais oportunidades. Podíamos estar a falar de uma noite de speed dating para solteiros, mas, na verdade, é um dos formatos de networking do E-Commerce Connect.
Aqui, empresas, serviços e soluções do meio digital conhecem e dão-se a conhecer em busca de novos parceiros. No primeiro dia do E-Commerce Connect houve várias oportunidades para criar relações que vão para além das one-to-one meetings. O objetivo da organização é, desde a primeira edição, que este seja um evento diferente, garantindo que há espaço de aprendizagem com conferências em sala, mas que os participantes saem a conhecer pessoas que são úteis para a sua vida profissional.
Para isso é preciso quebrar o gelo e criar oportunidades concretas de empresas e gestores de áreas que podem ter complementaridade e interesses comuns frente a frente, durante 20 minutos, onde se apresentam, falam do que fazem e exploram que possibilidades existem de poderem vir a colaborar. A sala enche e o ruído das conversas não deixa qualquer dúvida que o objetivo é alcançado.
É tudo sobre conteúdo
Uma das conferências do primeiro dia esteve a cargo da MadreMedia, empresas responsável, entre outros projetos, pelo The Next Big Idea e pelo site de informação SAPO24, e que conta também com uma unidade criativa e de produção de conteúdos vocacionada para trabalhar conteúdos digitais com marcas e empresas. Rute Sousa Vasco e João Dinis levaram até à audiência o desafio de responder em conjunto à pergunta "O que faz uma boa história".
"A premissa que quisemos trazer foi simples. Hoje todos dizemos que somos storytellers, e é verdade, como sempre foi. É isso que a humanidade faz desde sempre para aprender e para criar relações – criar histórias. Mas, no contexto que nos trouxe até aqui, que é o de entender os conteúdos e as histórias como ferramentas de comunicação e de criação de comunidades, o que quisemos foi, por um lado trazer bons exemplos de marcas e empresas que estão a fazê-lo bem, e por outro descomplicar e desmistificar algumas ideias", refere Rute Sousa Vasco.
Uma das ideias que é uma recorrente ambição é a de ter "um vídeo viral". "Os vídeos não nascem virais, acho que todos sabemos isso. Mesmo que quem trabalhe nestas áreas esteja habituado a que o desafio seja 'criar um vídeo viral'. Produzir conteúdo não é uma ciência exata e o que quisemos ao partilhar os exemplos que trouxemos foi mostrar que planeamento, pesquisa e experimentação são palavras chave na criação de uma estratégia de conteúdos. Os tais vídeos que todos acabamos por ver e que se tornam virais resultam, em muitos casos, de contornar o óbvio, de arriscar alguma coisa, gerindo a natural aversão ao risco", afirma a publisher da MadreMedia.
"Costumamos dizer que as marcas e as empresas têm mais histórias para contar do que aquelas que imaginam. E é verdade. O nosso trabaho é, por um lado, ajudar a identificar essas histórias, e por outro, sabê-las contar da melhor forma e é isso que procuramos fazer nos projetos que trabalhamos", afirma, por seu lado, João Dinis, responsável da unidade de branded content e criação de conteúdos.
A terceira edição do evento decorre a 29 e 30 de janeiro no hotel Pestana Sintra Golf Resort & SPA. O plano para os dois dias de E-Commerce centra-se em várias conferências, reuniões de one-to-one e troca de experiências e testemunhos, tendo por base o comércio no mundo digital.