“Isto é um negócio em que ‘the winner takes all’”
A Caixa Capital investe no capital das empresas recém formadas. No entanto, estas empresas muito jovens têm produtos que ainda estão a ser desenvolvidos e, por vezes, ainda não chegaram à fase de ter clientes, pelo que “não é realmente adequado que se empreste dinheiro a empresas desta natureza”. Contudo, “o que essas empresas precisam – e o tecido empresarial muitas vezes precisa – é de injeções de capital para poderem crescer e isso tem naturalmente mais risco, e é aí que se insere a Caixa Capital que se assume, nomeadamente na vertente de venture capital de tecnologia, como "o investidor profissional português por excelência". "Termos de capacitar as empresas com capital, mas também com apoio de gestão da nossa parte, para que as empresas atinjam novos objetivos, para que o seu produto melhore. Isto leva a que atinjam novos mercados para poderem depois levantar novas rondas de capital com investidores internacionais, nossos parceiros da Europa, mas também um bocadinho de todo o mundo. É um trabalho muito detalhado de apoio às empresas, mas um trabalho de investimento profissional. Essencialmente, é um negócio”, explica Stephan Morais.
"A vasta maioria das empresas – no mínimo 60% das empresas – onde nós investimos vão falhar."
Stephan Morais refere que isto é a prova de um “efeito de alavancagem”. “Significa que o nosso portfólio tem qualidade. Portanto, nós investimos e depois há outros que investem, o que significa que escolhemos, em princípio bem, as nossas equipas. Mas todos sabemos que é um negócio com muito risco e que empresas que aparentemente estão na ribalta a qualquer dia pode não correr bem, porque são empresas que normalmente são ainda deficitárias. É o negócio da tecnologia; o investimento em venture capital é um investimento muito diferente de investir numa fábrica, de conceder um empréstimo à habitação. É muito específico, tem muito conhecimento técnico e, portanto, faz-se de uma forma diferente, em camadas de capital. E nós somos, muitas vezes, os primeiros a meter essas camadas”.
Um farol para investidores
A Caixa Capital funciona como uma espécie de sinalizador, um farol para outro tipo de investidores. Stephan afirma que “a fonte de deal flow [fluxo de negócios] de tecnologia do mercado português vem da Caixa Capital”. Mas como é que isto se processa? “Nós temos um processo muito sistemático de identificação junto dos aceleradores e das incubadoras, das universidades e das empresas que têm mais potencial e, ao entrarmos no capital das empresas, na administração ou ao aconselharmos as empresas, estabelecemos um caminho que é o que sabemos ser necessário para as empresas virem a levantar novas rondas de capital, nomeadamente no estrangeiro. Não porque não haja capital em Portugal – há capital em Portugal -, mas o capital de investidores institucionais ainda mais especializados do que os portugueses é muito importante para se aceder a novos patamares de excelência, nomeadamente a nível de expansão comercial. Quando se está em Londres ou em Silicon Valley há uma vantagem óbvia de se obter mais clientes e de se expandir por tantas vendas e o top line. Portanto, é muito importante o nosso trabalho”, diz.
"(…) e vez em quando o Real Madrid vê um jogador que lhe interessa"
Preparar as empresas origina, para Stephan, uma metáfora com o mundo do futebol. “Nós somos um bocadinho como os clubes de futebol: nós encontramos os júniores, treinamo-los, somos uns dos poucos que têm acesso à Liga dos Campeões, depois chegamos aos Quartos de Final e de vez em quando o Real Madrid vê um jogador que lhe interessa. Esse trabalho de fornecimento de pipeline de negócios para grandes investidores internacionais é muito importante. E não é só uma questão de dinheiro: é verdadeiramente uma questão de especialização e nós somos especializados em passar essas empresas da fase zero até à série A e depois, subsequentemente, até à série B e por aí fora até à saída, que normalmente demora sete ou oito anos”.
Mas nem todas as empresas se sagram campeãs. “Naturalmente, durante este caminho, muitas empresas falham, mas isso é o nome do jogo em venture capital. A vasta maioria das empresas – no mínimo 60% das empresas – onde nós investimos vão falhar. Por outro lado, nós investimos em menos de 1% das empresas que vimos, portanto repare-se a escala. Menos de 1% das que nós avaliamos são investimentos nossos e depois desse 1% ainda há 60% que vão falhar. Portanto, é um negócio altamente especializado que requer uma equipa muito específica – e eu tenho a sorte de ter uma equipa muito boa, com PHT [Pioneer High Income Trust], com pessoas altamente especializadas, com muitos anos de experiência em venture capital – que é reconhecida hoje em dia em toda a Europa como uma equipa de excelência em Portugal e no sul da Europa”, conta o Administrador Executivo.
"Se o Mark Zuckerberg conseguiu, com 23 anos, criar o Facebook, eu também vou conseguir criar a empresa A, B ou C. Isso é uma ambição que não se via na Europa e que agora se vê numa geração que é altamente qualificada e global."
Quando a Caixa Capital investe nas empresas, começa a mudança. “A nossa preocupação é garantir que o produto da empresa é verdadeiramente excelente e que está numa fase, ao fim de alguns meses, em que possa começar a conquistar clientes de uma forma mais conclusiva e mais consistente”, refere. Para isso, são realizadas “reuniões e acompanhamentos na área do produto, do marketing e da própria equipa, o que permite que as equipas se habituem a fazer um reporting a investidores institucionais, para que gradualmente elas se vão aproximando do standard internacional”, realça.
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— Caixa Capital (@Caixa_capital) March 20, 2017
“Como já tive oportunidade de dizer, isto é um negócio em que ‘the winner takes all’: muito poucas empresas vão sobreviver, singrar e ser campeãs mundiais e, para se chegar aí, há um treino, há um caminho, e nós treinamos as equipas para percorrer esse caminho. Por isso também é muito importante para nós encontrarmos empresas que sejam moldáveis, que possam trabalhar connosco, que possam debater porque nós não sabemos mais do negócio do que elas próprias, mas temos mais experiência. Muitas vezes os empreendedores portugueses têm vinte e tal anos e é importante haver pessoas um bocadinho mais velhas, que já tenham passado por coisas parecidas e que já tenham visto muitos negócios. Nós temos uma rodagem de investimento muito alta e já vimos padrões parecidos que os ajudam a ir ultrapassando as dificuldades que têm. Não fazemos milagres, naturalmente, e muitas das empresas acabam por não ter sucesso, mas é uma espécie de um funil que vai apertando e depois começamos a apresentá-las aos grandes fundos internacionais. Em algumas delas temos tido a felicidade de ter, realmente, rondas subsequentes. Alguns casos de sucesso ou quase sucesso que estamos a ter em Portugal estão praticamente todos na nossa carteira”, explica Stephan Morais.
"Acreditamos plenamente que as próximas Farfetch já existem"
Entre as empresas em que a Caixa Capital investiu encontram-se nomes que já se afirmam fortemente no panorama nacional. A entrada destes investimentos pode dar-se numa fase inicial da empresa ou numa fase mais posterior. “Há casos diferentes, ou seja, nós hoje em dia tentamos entrar logo no primeiro capital institucional, às vezes até com os primeiros 100 ou 200 mil euros. Há empresas, como a Farfetch, em que entrámos muito mais tarde, porque foi uma empresa que começou em Londres, com investidores internacionais desde o primeiro dia e nós fomos convidados para entrar na empresa já numa fase mais avançada. É, claramente, um investimento que até agora se tem revelado excelente, mas onde nós não temos propriamente mérito em relação ao sucesso da empresa. Por outro lado, em empresas como uma Unbable ou uma Uniplaces, que acompanhamos muito mais desde o início – às vezes desde o primeiro dinheiro, às vezes por via nossa, outras vezes por business angels que têm capital da nossa parte também para investir, mas cada vez e nos últimos dois anos, de forma a podermos ajudar as empresas a delinear o caminho institucional até às rondas internacionais -entramos na primeira vez que entra capital nas empresas e fazêmo-lo com uma forte associação aos programas de aceleração e incubação em Portugal, que já tem uma qualidade assinalável a nível europeu. Não estamos a falar de qualidade de Estados Unidos, mas são programas de que devemos ter orgulho, como portugueses. Temos programas de formação de startups que são de primeira água na Europa e nós, com esses programas, temos uma parceria muito forte de selecionar anualmente uma ou duas empresas de cada programa para entrarem na nossa família de investimento. E, portanto, acreditamos plenamente que as próximas Farfetch já existem, acreditamos que temos no nosso portfólio, hoje em dia, empresas que podem vir a ser as próximas Unbable e Uniplaces, Farfetch, Feedzai, Talkdesk, empresas que realmente estão a dar cartas a nível mundial. A prova disso mesmo é que essas empresas, após fazerem programas de aceleração em Portugal, são muitas vezes selecionadas para programas de aceleração nos Estados Unidos de primeira água, como 500 Startups, Y Combinator, Techstars… Todas as empresas portuguesas – ou quase todas as empresas portuguesas – que entraram nessa Ivy League estão no nosso portfólio. Quase todas as vezes nós entrámos antes de elas serem selecionadas e também lhes demos um pouco de apoio para elas conseguirem entrar nesses programas”, refere.
Com o Caixa Empreender – que premeia as melhores startups e PME [pequenas e médias empresas] – são escolhidas “meia dúzia de empresas por ano” e a Caixa Capital investe nelas 100 mil euros, passado assim a fazer parte do portfólio. “Esse grupo de seis ou sete empresas depois tem, digamos, um demo day especial no Caixa Empreender, em frente a 850 pessoas e, este ano, a mais de 40 fundos internacionais. Além dessas seis ou sete empresas que são do nosso portfólio, das quais escolhemos depois uma para adicionar mais 100 mil euros de investimento – este ano foi a Probe.ly, uma empresa de segurança informática e de ciber-segurança -, existem mais de 50 empresas de todos os programas de aceleração que são também selecionadas entre nós e os nossos parceiros para também apresentarem durante o dia. E isso dá como resultado um dia em que o melhor do ecossistema português é apresentado. É por isso que vêm também tantos fundos estrangeiros, os business angels portugueses, os fundos portugueses e os empreendedores de todo o país, porque sabem que no dia do Caixa Empreender Award está ali reunida a nata do que é early-stage em Portugal. Durante o dia também apresentamos casos de sucesso de empresas que têm um bocadinho mais de rodagem, que conseguiram já levantar séries de investimento internacionais, que têm grandes investimentos internacionais além de nós próprios. Não são só as empresas na Caixa, são também empresas de todo o país que estão a receber feedback dos empreendedores e, no final do dia, escolhemos uma para realizar mais um investimento”, especifica.
Nos últimos anos, a Europa tem sido vista com algum atraso face ao desenvolvimento a nível de startups nos Estados Unidos. No entanto, as mentalidades começam a mudar e já se olha de forma diferente para a criação de novos projetos e negócios. “Acho que é importante ter em atenção que isto é uma indústria de longo prazo, com ciclos, mas de longo prazo. Silicon Valley não nasceu nos anos 90, nasceu umas décadas antes. Demoraram décadas e décadas a serem o que são hoje em dia e a Califórnia reúne um conjunto de caraterísticas que continuam a ser únicas a nível mundial, nomeadamente a existência de grandes empresas de tecnologia, fundos de venture capital com décadas e décadas de existência e muitos biliões sobre gestão, que constantemente têm apostado nos novos Facebook, nas novas Google, etc. Estamos a falar de 20 ou 30 fundos a nível de Califórnia que dominam o mercado há décadas, alguns mais novos, mas enfim, há uma concentração muito grande. E também estamos a falar de um mercado americano que é um mercado altamente flexível em todos os aspetos, com um mercado de capitais altamente dinâmico, onde é possível cotar empresas de uma forma bastante fácil e onde depois há investidores que compram as ações dessas empresas. Há um conjunto de caraterísticas que fazem com que os Estados Unidos estejam ainda muito à frente. Tendo dito isto, a Europa nos últimos 15 anos avançou realmente imenso".
À experiência de investidor profissional, Stephan Morais alia outras etapas do seu percurso, nomeadamente enquanto empreendedor. "Eu vivi em Londres quando estávamos em pleno dotcom boom, depois mudei-me para Harvard, para os Estados Unidos, quando foi o dot-com bust. Vivi em primeira mão, aliás porque tive uma startup nessa altura, em pleno dotcom boom e mesmo Londres demorou 15 anos a tornar-se no que se tornou no fim da década passada. Portanto, o que é Londres hoje em dia, que é o centro europeu de tecnologia, ou o que é hoje em dia Berlim, que está cinco ou dez anos atrás de Londres, vai demorar a Lisboa mais cinco ou dez anos a conseguir, o que não quer dizer que sejamos iguais a Londres ou que Londres venha a ser igual a Silicon Valley. Agora não há dúvida que hoje em dia as startups europeias têm um nível de ambição e de qualidade incomparável ao que se passava no ano 2000, precisamente porque é necessário haver muito investimento, muitos casos de sucesso, e é necessário haver ainda mais casos de coisas que não correram bem, para as pessoas voltarem a investir, voltarem a serem CEO, voltarem a ser fundadores. Isto é um ciclo que demora, porque as pessoas são pessoas e, portanto, demora uma década a conseguir. Não é também só uma questão de dinheiro, mais uma vez”, explica .
“O facto de haver um mundo global, de haver uma comunicação, leva a que as pessoas digam que se o Mark Zuckerberg conseguiu, com 23 anos, criar o Facebook, eu também vou conseguir criar a empresa A, B ou C. Isso é uma ambição que não se via na Europa e que agora se vê numa geração que é altamente qualificada e global. Há realmente muito dinheiro à volta do sistema no early-stage. Portanto, quando vemos as empresas dizer que não há financiamento, não há financiamento para aquela empresa, porque a empresa não atinge os parâmetros mínimos para o conseguir. Em alguns mercados até há financiamento a mais, ou seja, há excesso de dinheiro público, de incentivos e de subsídios. É algo que se debate também na Europa, se não se está a criar uma geração onde há dinheiro a mais para oportunidades até a menos. Onde há realmente falta de capital na Europa é nos investimentos mais acima. Tudo o que são rondas em que os investidores têm de meter 10, 20, 50, 100 milhões por cada ronda. É aí que aparecem os investidores americanos, normalmente a vir à Europa fazer o cherry picking do que são as melhores oportunidades europeias e a levá-las para os Estados Unidos e torná-las empresas americanas.
Quanto ao fundo apresentado pelo comissário Carlos Moedas, este tem como objetivo suprir “a dificuldade dos fundos de venture capital europeus que hoje em dia estão sob gestão – 50, 100, 200 milhões, poderem um dia vir a ter 300, 400, mil milhões. Porque esse é o salto que falta dar à Europa em termos de capacidade de capital. (…) Há uma grande falta de investidores institucionais em venture capital na Europa e é isso que a Europa está a tentar suprir, juntando dinheiro europeu com dinheiro privado”, justifica.
Por outro lado, “investir em tecnologia é um equilíbrio altamente instável, em que todas as peças do puzzle têm de estar no lugar. Para Portugal e para outros países europeus essa peça do puzzle está a faltar, porque é muito importante os fundadores poderem partilhar e os investidores que investem dinheiro saberem que as pessoas que estão ali à volta da mesa – aquela pequena equipa de 5, 10, 15, 20 pessoas – têm o incentivo certo para realmente fazer acontecer e ser um campeão mundial. Nesta indústria só ganham os que são campeões mundiais, portanto, o nível de compromisso e de esforço tem de ser muito alto e, para isso, as pessoas têm de ser adequadamente compensadas”, ressalta.
É preciso incentivar equipas fortes
Neste sentido estão também implicadas questões fiscais que Stephan defende que devem ser repensadas de forma a favorecer a constituição de startups fortes e com equipas coesas e motivadas. “O que são stock options? É o direito de a pessoa vir a comprar ações da empresa. Se for dizer a uma pessoa que ganha 1000 euros para pagar 10 mil euros em ações, também não vai poder. O que a pessoa tem é um direito, é uma opção de compra, para que se um dia aquilo valer X, a pessoa tenha uma opção de comprar por 1 e vá vender a 10. Nesse momento exerce a opção e fica com a diferença. Esse regime legal, fiscal, etc, tem de ser tratado de forma a que as pessoas não paguem impostos de uma coisa que ainda não receberam e por aí fora. Há questões legislativas que fazem toda a diferença e que eu acho que, seguramente, os governos na Europa, inclusivamente o português, ou já terão pensado nisso ou estão a tratar. Toda a gente percebe que isto é uma questão importante e que tem muito pouco impacto na economia, no défice. É um incentivo importante para os empregados das startups”.
Fazendo uma retrospetiva do passado, a experiência de Stephan Morais como empreendedor fez com que aprendesse muito sobre como investir agora. “Nem sempre tudo corre bem e nós aprendemos mais quando as coisas não correm bem do que quando correm. O facto de ter tido a sorte de ser consultor em vários países, de ter feito banca de investimento, ter trabalhado em corporates grandes, tanto portuguesas como estrangeiras, e depois também ter uma ou duas startups e também ter participado no management byout com outros investidores permitiu-me estar nos diferentes lados da mesa. E, hoje em dia, quando trabalho com empreendedores e com outros investidores, consigo perceber [o outro lado] e a minha própria equipa também, porque muitos já tiveram eles próprios essa experiência: como é que a pessoa do outro lado da mesa se está a sentir, quais são os seus sonhos, quais são as suas preocupações de pagar um ordenado ao fim do mês, de estar em dia com as finanças e com a segurança social e por aí fora. Isso é muito diferente de gerir um investimento por Excel. Uma coisa é a pessoa saber o que custa pagar um salário, contratar e despedir quando não há outra hipótese. Outra coisa é a pessoa olhar para um Excel e dizer 'olha, aqui corto 20'. Não tem nada a ver. São experiências realmente que eu valorizo muito. Tive a felicidade de ter bastante experiência nestes últimos 20 anos, nos diferentes lados da mesa. Isso ajuda-nos imenso, não só como investidores, mas a pôr-nos na pele do empreendedor, de como é que ele está a pensar vender, como é que ele está a pensar o marketing, como é que ele está a contratar, como é que ele está eventualmente a despedir quando as coisas não correm bem”, diz Stephan.
A próxima grande ideia de Stephan prende-se, precisamente, com a ascensão do país a um patamar que lhe permita ser um “grande centro de investimento a nível europeu”. Sobre isso, não tem muitas dúvidas: “Eu não diria que nós vamos ser Londres ou Silicon Valley. Acho que Portugal e Lisboa têm um ecossistema próprio, mas a dinâmica que se está a criar é muitíssimo positiva. Pessoalmente, tudo farei para contribuir para isso, porque Lisboa, Porto, Braga, Coimbra, Aveiro e muitos outros sítios têm um capital de atração, para os empreendedores, muito grande. Não só porque eles são desses locais e querem ficar, mas porque vemos cada vez mais colaboradores de várias partes do mundo e até fundadores de várias partes do mundo a quererem vir para cá. A base de um ecossistema são os empreendedores. É o deal flow, como nós chamamos. Se nós tivermos um volume grande, vamos conseguir o tal 1% que vale a pena investir. E quando esse 1% é de qualidade, os investidores internacionais entram nas operações connosco. E nós vamos estar cá para fazer isso acontecer nos próximos cinco ou dez anos”, remata confiante.