Startup Nations Standard: o manual de boas práticas para as startups europeias se tornarem mais competitivas
O “Startup Nations Standard” [padronização de startups para as nações] trata-se de uma proposta para a criação e cumprimento de um manual de boas práticas e de um índice de excelência, para a apoiar empresas de base tecnológica.
O documento foi assinado esta sexta-feira, dia 19 de março, a propósito do Dia Digital da Europa, num evento que decorreu ao abrigo da presidência portuguesa da União Europeia e contém recomendações específicas ao nível de políticas públicas com vista a fomentar o empreendedorismo a nível europeu e tornar o continente num ecossistema de startups mais competitivo através da criação de condições necessárias para uma mais rápida recuperação económica no pós-pandemia.
O Startup Nations Standard recomenda aos países signatários o cumprimento de oito pontos essenciais nas suas políticas públicas: simplificação do processo de criação de empresas, estratégias para atrair e reter talento, diminuição de burocracias em relação à inovação, experimentação e transferência de tecnologia, acesso facilitado a financiamento, inclusão social e diversificação, além de priorização da digitalização. Portugal é um dos países com mais iniciativas dos “pré-requisitos”.
Através deste compromisso, pretende também criar-se nos países da União Europeia as condições necessárias para permitir que a Europa fique a par dos mercados da América do Norte e Ásia.
“[O documento] É um passo muito importante ao nível da política pública para startups e empresas tecnológicas. Os Estados Membros signatários e a Comissão Europeia reconhecem a falta de sucesso da Europa e estão dispostos a criar parâmetros legais para melhorar a situação. Muitas coisas que sabemos que resultam, como algumas das iniciativas implementadas em Portugal ao longo dos últimos anos, vão finalmente começar a ser adoptadas por toda a Europa”, afirmou, em comunicado, o presidente da Startup Portugal, Simon Schaefer, que redigiu o documento em conjunto com a Comissão Europeia.
De acordo a análise da consultora McKinsey, cerca de 36% das startups a nível mundial estão sediadas na Europa, mas o continente serve de base para apenas 14% dos unicórnios (empresas avaliadas em pelo menos mil milhões de dólares).
A presidência portuguesa da União Europeia, em conjunto com a Comissão Europeia, vai também criar a Startup Nations Alliance, uma task-force que estará sediada em Portugal e que terá como objetivos implementar boas práticas do “manual” e o reportar os progressos dos países membros signatários no cumprimento das recomendações.
Entre os signatários encontram-se a Deutsche Startups, France Digitale, Scale Ireland e a Startup Estonia, fundos de investimento como Accel, Index Ventures e SeedCamp, e empresas como Cabify, Stripe, Wise e Supercell.