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Setor tecnológico é o que mais cria valor

por Gabriel Lagoa | 2 de Julho, 2024

Estudo da BCG destaca o setor tecnológico e as indústrias tradicionais como os principais criadores de valor entre 2019 e 2023. Fim da pandemia trouxe quebras nas indústrias na área da saúde.

O ano de 2023 foi “muito positivo” para os mercados de capitais globais. É uma das conclusões  do estudo “2024 Value Creators Rankings” da Boston Consulting Group (BCG) que mostra também um crescimento no retorno médio acionista de 7% por ano entre 2018 e 2022 para os 12% por ano de 2019 a 2023. De acordo com o documento, foi o setor tecnológico que liderou a criação de valor nos últimos cinco anos, com destaque para a indústria de desenvolvimento de hardware, que gerou um retorno médio anual de 27%, impulsionado, em parte, pela ascensão da Inteligência Artificial Generativa. O estudo destaca também a indústria de software, na quinta posição, com um retorno médio de 18% por ano entre 2019 e 2023, enquanto a indústria de componentes elétricos ficou em nono lugar, com retorno médio anual de 15%.

Outro aspeto do estudo é o desempenho de várias indústrias tradicionais, que geraram retornos acionistas “substancialmente acima” da média do mercado. O setor mineiro ocupa o segundo lugar no ranking, com um retorno médio de 20% por ano. A indústria de materiais de construção fica em terceiro lugar, com um retorno anual de 19%, seguida pela indústria de maquinaria, em quarto lugar, com 18% ao ano.

Pedro Pereira, Managing Director e Senior Partner da BCG em Lisboa afirma que “os resultados revelam um forte crescimento do setor tecnológico, mas também demonstram a capacidade dos setores industriais tradicionais alcançarem um desempenho elevado em termos de criação de valor”.

Saúde com menos retorno para os acionistas

Por outro lado, há setores dos cuidados de saúde que registaram uma queda no retorno acionista. É o caso da indústria farmacêutica que caiu a pique para a 18.ª posição, com um retorno de 12%. Também a indústria de tecnologia médica desceu vários lugares e ocupa agora a 24.ª posição, com um retorno de 10%. O estudo da BCG justifica que esta quebra pode ser atribuída à estabilização do setor da saúde no período pós-pandémico, o que o torna menos atrativo para os investidores a longo prazo. 

Região da Ásia-Pacífico domina criação de valor

Do ponto de vista regional, as empresas da região da Ásia-Pacífico continuam a liderar o ranking de criação de valor. Ocupam 51 das 100 primeiras posições a nível global e 39% das dez primeiras por setor. 

As empresas norte-americanas melhoraram a sua posição e conquistaram 38 lugares no top 100, face aos 27 obtidos no ano passado. Além disso, as empresas dos EUA ocupam 41% das dez primeiras posições em todos os setores, um aumento em relação aos 38% do ano anterior.

Quanto às organizações europeias, o documento aponta que continuam sub-representadas entre as que criam maior valor. Apesar de representarem 20% da amostra analisada, garantiram apenas 9 dos 100 lugares de liderança e 13% das dez primeiras posições por setor.

Este estudo da Boston Consulting Group olhou para mais de 2.300 empresas de 35 setores diferentes entre 2019 e 2023.

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