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SandSpace — a app que lhe irá dizer se a praia está cheia ou se tem espaço para dar um mergulho e estender-se na toalha

por | 19 de Maio, 2020

SandSpace — a app que lhe irá dizer se a praia está cheia ou se tem espaço para dar um mergulho e estender-se na toalha

Bruno Dylan, Jorge Correia, Diogo Resende e Nuno Castro frequentam o curso técnico-profissional de Programação da Escola Secundária Serafim Leite, no distrito de Aveiro, e são os autores da aplicação “SandSpace” (expressão inglesa para “espaço de areia), que informa os seus utilizadores acerca do nível de ocupação de 580 praias nacionais — que tanto pertencem à costa continental como aos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

Segundo a professora coordenadora do projeto, Fátima Pais, na base de toda a aplicação está “o trabalho de pesquisa e georreferenciação de todas as praias marítimas e fluviais do país”, que serão apresentadas “com nome, localização por concelho e distrito, indicação de latitude e longitude”, assim como com “temperatura e velocidade do vento”.

A fim de indicar os níveis de lotação dos areais, os utilizadores que se encontram nas praias terão de fornecer à app os dados sobre a ocupação humana que observam, para que o software os possa converter [os dados] num gráfico. Neste [gráfico], o verde irá significar pouca densidade, o amarelo um número já considerável de pessoas e o vermelho que a lotação já se encontra no limite.

Este sistema que se assemelha a um semáforo irá exibir sempre a média de ocupação dos últimos 120 minutos, assim como o número de utilizadores que contribuíram para a obtenção dessa mesma média. A título de exemplo, se o sinal assumir a cor amarela, devido a 50 contributos, a app indica a hora em que surgiram as indicações de praia verde, como o momento em que começaram a aparecer os dados de lotação vermelha — para que o utilizador tenha uma noção clara de como a densidade balnear evoluiu nas últimas duas horas.

No fundo, o objetivo é que a app “apresente sempre informação atualizada”, para que os utilizadores possam decidir se vale a pena sair de casa ou ir para outra praia.

Para além destas informações, a “SandSpace” terá também uma listagem das restrições legais que foram impostas à época balnear, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus. Espera-se assim informar os utilizadores das restrições sanitárias, como sensibilizá-los para o cumprimento das regras de distanciamento social e etiqueta higiénica.

A app já se encontra em processo de avaliação pelos serviços digitais da Google, que, para garantir que o software da aplicação não viola quaisquer direitos individuais, requer que seja feita uma validação do mesmo por autoridades nacionais.

A “SandSpace” será de utilização gratuita e já tem um vídeo de apresentação disponibilizado no YouTube, com a locução do estudante Tomás Toscano e edição do seu colega Vasco Pinto.

De acordo com Fátima Pais, todas as etapas da criação desta aplicação foram feitas remotamente, uma vez que os alunos continuam a ter aulas à distância; mas sublinha que a conclusão deste projeto foi feita “em tempo recorde”, devido ao “entusiasmo dos miúdos e a uma dedicação incrível, que chegou a ser de 14 horas por dia”.

A professora adianta ainda que este projeto, “além de ajudar a população a evitar viagens desnecessárias à praia, também permite que os alunos envolvidos no projeto desenvolvam ainda mais as suas competência técnicas e contribuam para a sociedade com um serviço de utilidade realmente pública”.

A época balnear terá início a 06 de junho e entre as medidas anunciadas, destaca-se a necessidade de existir um distanciamento físico de 1,5 metros entre os grupos que se encontram nos areais, assim como um afastamento de três metros entre chapéus de sol, toldos ou colmos.

No que diz respeito ao estado de ocupação das praias, estas irão ter uma “sinalética tipo semáforo”, em que a cor vermelha indica ocupação plena (3/3), amarelo significa ocupação elevada (2/3) e verde, ocupação baixa (1/3).