Power Dot. 150 milhões de euros para investir no futuro da mobilidade
por The Next Big Idea | 18 de Maio, 2022
O investimento resulta de uma parceria com a capital de risco francesa Antin Infrastructure Partners e o objetivo é ter 27 500 carregadores para veículos elétricos ativos até 2030.
Em 2018, José Santiago Pinto e José Maria Sacadura tiveram uma ideia ambiciosa: criar a maior empresa de carregadores de carros elétricos da Europa. Em período pré-pandemia, a procura por carros elétricos ou em modelo híbrido estava em crescendo e portanto havia potencial para ser pioneiro no desenvolvimento de uma solução que se aplicasse a qualquer veículo deste género.
Atualmente, a sua empresa – a Power Dot – já é a maior operadora nacional (presente em 150 dos 308 municípios), estando presente também em Espanha, em França, no Luxemburgo, na Polónia e na Bélgica, com quase de 4 mil postos de carregamento.
A estratégia de crescimento da Power Dot passou por posicionar as unidades de carregamento em zonas de com um nível elevado de trânsito nas cidades que também pudessem servir para estacionar os veículos como centros comerciais, supermercados, ginásios ou mesmo parques de estacionamento.
Em termos de modelo de negócio, a Power Dot não cobra qualquer fee pela instalação dos carregadores, trata da respetiva implementação nos locais e ainda dá uma parte das receitas às empresas com que faz parceria. Cerca de 80% dos carregadores da empresa são rápidos ou ultra-rápidos, permitindo carregamentos com potência mínima de 50 kW. Além disto, também criou seis hubs de carregamento rápido para motoristas que trabalhem para a Uber em Portugal.
Um investimento elétrico
O levantamento de uma ronda de financiamento foi feita no sentido de fazer crescer o alcance da Power Dot nos mercados onde já operava. Para isso, a empresa encontrou na Antin Infrastructure Partners o parceiro ideal para contribuir para esse crescimento, com um compromisso de 150 milhões de euros. O fundo de investimento francês tem diversos investimentos no setor de infraestruturas, da energia, de telecomunicações e transporte gerindo um total de 22 mil milhões de euros em ativos. Essa experiência e o facto de ser dona da Indaqua, a maior operadora privada nacional de concessões municipais de água, foram argumentos que levaram à decisão da Power Dot.
Em comunicado, o CEO Luis Pinto Santiago afirmou que o investimento representava “uma das principais transações no setor a nível mundial e o objetivo é tornar a Power Dot líder de mercado no setor dos carregadores para veículos elétricos”. Até abril deste ano, os elétricos e os híbridos estavam a representar 18% das vendas de novos carros, o que é uma oportunidade gigante porque significa que cada vez mais utilizadores vão procurar soluções como a da Power Dot para circularem de forma mais sustentável pelas cidades.
Objetivos para o futuro
Nos próximos anos, e tendo em conta a mais recente ronda de investimento, a Power Dot vai apostar em três eixos:
- Pessoas: atualmente a empresa tem 50 funcionários distribuídos pelos diferentes mercados onde está presente e o objetivo é duplicar esse número para garantir a qualidade do seu serviço com a maior procura.
- Aquisições: a parceria com a Antin Infrastructure Partners dá à empresa uma maior capacidade de prospeção do mercado e encontrar possibilidades de fusão que possam permitir a expansão para alcançar mais pessoas e expandir-se para mais mercados.
- Produto: até 2025, a Power Dot quer ter 14 mil pontos de carregamento em todos os seus mercados e em 2030 quer praticamente duplicar esse números para 27 500 carregadores.