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Portugal capta mil milhões de euros do Horizonte Europa

por Gabriel Lagoa | 5 de Junho, 2025

Do total de 1.178 milhões de euros captados nos primeiros quatro anos do Horizonte Europa, cerca de 30% foi obtido por empresas.

Portugal captou mais de mil milhões de euros do programa Horizonte Europa nos primeiros quatro anos de execução, entre 2021 e 2024. De acordo com um comunicado da Agência Nacional de Inovação (ANI), o montante de 1.178 milhões de euros representa uma taxa de sucesso de 18,6%, valor que supera a média europeia.

O programa Horizonte Europa, considerado o maior instrumento de apoio à investigação e inovação da União Europeia, já financiou mais de 15 mil projetos a nível continental, com um investimento total superior a 43 mil milhões de euros. A avaliação intercalar recentemente publicada pela Comissão Europeia revela que cada euro investido pode gerar até 11 euros de retorno económico, confirmando a relevância estratégica deste programa para a economia europeia.

Portugal participou em 1.983 projetos, dos quais 519 são coordenados por entidades nacionais, abrangendo todas as áreas do conhecimento. As universidades e institutos de investigação captaram cerca de 62% do financiamento total, enquanto as empresas, incluindo grandes empresas e PME, garantiram aproximadamente 30% dos fundos. 

O Pilar II do programa, dedicado aos Desafios Globais e Competitividade Industrial Europeia, concentra a maior parte do orçamento português. As áreas com maior captação de fundos incluem clima, energia e mobilidade com 173,68 milhões de euros, alimentação, biotecnologia e agricultura com 166,57 milhões de euros, e digital, indústria e espaço com 161,43 milhões de euros. A área da saúde recebeu 110,21 milhões de euros, seguida da cultura, criatividade e sociedade inclusiva com 30,18 milhões de euros, e segurança civil com 22,04 milhões de euros.

O Conselho Europeu de Inovação (EIC), correspondente ao Pilar III do programa, também registou uma participação nacional significativa. Dezasseis empresas portuguesas integram o EIC Accelerator e receberam cerca de 91 milhões de euros para financiar inovação de alto impacto. Nos três instrumentos do EIC – Pathfinder, Transition e Accelerator -, Portugal angariou aproximadamente 144 milhões de euros, evidenciando a capacidade das entidades nacionais de competir nos concursos mais exigentes a nível europeu, segundo o comunicado. 

“A avaliação intercalar do Horizonte Europa confirma que o programa é uma ferramenta estratégica para o futuro da Europa e demonstra que Portugal está no caminho certo, com resultados muito encorajadores. A Agência Nacional de Inovação continuará a apostar numa abordagem colaborativa e orientada para resultados, apoiando os nossos investigadores, empreendedores e empresas na valorização do conhecimento e na captação de financiamento europeu”, afirma António Grilo, Presidente da ANI.

Para este ano, estão previstas várias novidades, incluindo oportunidades para startups de base científica e tecnológica, vouchers Deep Tech e iniciativas de apoio à preparação de candidaturas a programas europeus. Entre as iniciativas destacam-se o aviso para a Internacionalização de I&I (Investigação e Inovação) e o programa WIDERA.

Estes dados foram apresentados no final do mês passado, no encontro anual dedicado ao Horizonte Europa, organizado pela ANI em colaboração com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB) e a Agência Espacial Portuguesa (Portugal Space).

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