Estamos a viver uma revolução sem precedentes. A inteligência artificial já responde, cria e decide. Algoritmos conhecem-nos melhor do que nós próprios. Máquinas libertam-nos de tarefas repetitivas e estão sempre prontas, sem descanso, sem distrações. Mas há uma pergunta que poucos fazem: para quê tudo isto, se esquecermos o que nos torna verdadeiramente humanos?
Acredito numa ideia simples, mas poderosa: o digital só será futuro se for humano. E digo isto com convicção porque vejo, todos os dias, projetos brilhantes que falham não por falta de tecnologia, mas por ausência de alma. A inovação não pode ser apenas um sprint de eficiência. Tem de ser uma maratona de propósito.
Quando troquei o conforto de uma multinacional pela incerteza de um sonho, percebi que o verdadeiro desafio do digital não estava no código. Estava na forma como o usamos. O problema não eram os sistemas. Eram os automatismos sem empatia, as marcas sem escuta, a comunicação sem verdade. Foi aí que decidi que a missão da ADN (agência que fundei) seria esta: humanizar o digital.
E humanizar não é um luxo. É uma urgência. Num mundo saturado de notificações, dados e mensagens instantâneas, o que faz a diferença não é a velocidade da resposta — é a qualidade da ligação. Não é a escala da audiência — é a autenticidade da relação.
A inovação não pode ser apenas um sprint de eficiência. Tem de ser uma maratona de propósito.
O futuro não será uma disputa entre humanos e máquinas. Será uma aliança. A tecnologia deve dar-nos tempo e espaço para aquilo que só nós sabemos fazer: sentir, cuidar, criar, estabelecer pontes reais. Porque não são os algoritmos que criam confiança. São as pessoas.
Defendo um digital onde a empatia seja tão importante quanto os dados. Onde a criatividade não seja esmagada pela automação, mas ampliada por ela. Onde a proximidade não se meça em cliques, mas em ligações com sentido. Esse é o caminho que precisamos de construir: um futuro híbrido, em que máquinas fazem melhor aquilo que lhes compete, e os humanos brilham naquilo que nenhuma tecnologia conseguirá substituir.
Se queremos que o digital seja realmente transformador, temos de o colocar ao serviço da vida. Não basta perguntar “O que conseguimos fazer com a tecnologia?”. É tempo de perguntar: “Que futuro queremos criar com ela?”.
Na ADN, acreditamos que esse futuro se constrói em comunidade, com consciência e coragem. Não é sobre fazer mais. É sobre fazer melhor, com propósito e humanidade.
Quanto mais tecnológico for o mundo, mais humanos temos de ser. Esta não é apenas a minha opinião — é o desafio que deixo a todos os que acreditam que o digital pode ser mais do que máquinas a falar com máquinas. Pode, e deve, ser o espaço onde encontramos o que de mais verdadeiro temos: a nossa humanidade.