OpenAI lança versão do ChatGPT para empresas

Depois de meses de entusiasmo e popularidade, há algum tempo que a OpenAI tem vindo a enfrentar alguns soluços. Foram mais de 100 milhões o número de utilizadores alcançados pelo ChatGPT no mundo inteiro e houve uma onda de comunicação que tornou a plataforma sinónimo de inteligência artificial, nomeadamente quando falamos do ramo da IA generativa. Contudo, as discussões em redor dos perigos que o ChatGPT e plataformas semelhantes podiam representar para utilizadores e organizações levaram a que algumas medidas mais drásticas começassem a ser tomadas.

Um número de países como, por exemplo, a Itália baniram o uso da plataforma em serviços públicos (situação que entretanto foi regularizada). Empresas como a Apple, a Amazon e a Samsung proíbiram os seus colaboradores de utilizar a tecnologia devido ao risco ou incerteza sobre a forma como informação sensível podia ser utilizada por parte da OpenAI e colocar em perigo os seus próprios negócios.

Todos estes foram ataques que a empresa liderada por Sam Altman teve de endereçar diretamente. Um, por motivos reputacionais, garantindo que se mantém na vanguarda do desenvolvimento e da confiança no desenvolvimento de tecnologia de inteligência artificial. Dois, por motivos de negócio, dado que já foram investidos muitos milhões de dólares no desenvolvimento dos diferentes “GPTs” e a OpenAI quer começar a rentabilizar os utilizadores que adquiriu em vez de perdê-los.

Este último ponto é especialmente relevante porque mesmo tendo um apoio “significativo” da Microsoft, que investiu cerca de 10 mil milhões de dólares na OpenAI, há uma necessidade clara da empresa de começar a gerar receitas através das suas diferentes aplicações. Sendo o B2B um foco cada vez mais central do negócio da OpenAI, a empresa revelou esta semana o ChatGPT Entreprise, a versão do popular chatbot destinado a empresas.

Esta nova versão (como revelado na imagem em cima) oferece uma série de novas funcionalidades para qualquer organização que queira tirar proveito da tecnologia diretamente ou integrá-la numa plataforma própria. Tem acesso ilimitado ao GPT4, o modelo com melhor performance da empresa; permite a introdução de prompts mais longos com resultados mais eficazes e dentro do contexto pedido; tem ferramentas de análise de dados mais apuradas, bem como a possibilidade de partilha de templates de chat. Tudo isto com uma garantia de melhores standards de segurança na utilização da plataforma: mais customização – as empresas podem decidir como querem que os seus modelos sejam treinados e limitar o tempo de acesso que a OpenAI tem aos seus dados – e uma dashboard onde as organizações podem controlar a forma como os colaboradores utilizam o ChatGPT criando um conjunto de definições e aprovações que protegem a informação mais sensível.

A OpenAI vê neste novo modelo do ChatGPT mais business-friendly, como um dos pilares da sua estratégia para chegar aos mil milhões de dólares em receita em 2024. Em 2022, a empresa gerou “apenas” 30 milhões de dólares e teve perdas de 540 milhões de dólares só com o desenvolvimento do ChatGPT. A expectativa é que em 2023 as vendas atinjam os 200 milhões de dólares, com o novo grupo de aplicações pagas na qual o ChatGPT Enterprise agora se insere.