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O que valorizam os compradores digitais? Produtos e marcas sustentáveis

por The Next Big Idea | 31 de Março, 2022

O e-commerce continuou a crescer nos últimos dois anos em Portugal e o mercado das compras online continua a ganhar adeptos no país. Os “e-shoppers” portugueses optam por esta via por várias razões, mas admitem que entre os principais fatores está o facto de acreditarem que se poupa tempo e dinheiro. Mas não só: estão mais atentos e dão cada vez mais importância à sustentabilidade. Isto, ainda que apenas 50% esteja disposto a pagar mais por produtos amigos do ambiente.

A pandemia acelerou o crescimento das compras online em Portugal, mas não explica tudo no comportamento de quem opta por esta via. De acordo com o Barómetro e-Shopper 2021 da empresa de transporte expresso DPD, quem dá primazia às compras pela Internet fá-lo também porque além de sentir que é menos stressante do que ir às lojas físicas, com a devida pesquisa e estudo, consegue poupar tempo, dinheiro e obter melhores negócios. 

Porém, as alterações climáticas e a sustentabilidade são preocupações mencionadas, uma vez que 82% dos consumidores online (e-shoppers) regulares (que fazem este tipo de compra pelo menos uma vez por mês) consideram que as marcas têm de ser ambientalmente responsáveis. Não só nos na oferta dos seus produtos como também na hora da entrega.

Segundo o relatório, 65% dos consumidores revelou ter em consideração as alternativas de entrega que fossem amigas do ambiente, tendo 70% respondido inclusivamente que o seu local de compra – fosse site, retalho ou aplicação – seria escolhido tendo por base este dado. O tema da sustentabilidade é claramente algo que os e-shooppers valorizam e que se reflete nas suas compras. Todavia, apesar de todo este leque de preocupações, apenas 50% destes consumidores garantem que compra produtos amigos do ambiente, e que só 43% estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços que respeitem o ambiente. 

Para além das escolhas eco-friendly’s, quem compra online de forma mais regular também revelou preferir este método à deslocação física a uma loja pelo facto de poupar tempo (86% dos inquiridos elencou este motivo), dinheiro (69% acredita que poupa mais se comprar pela Internet) e stress (66% dos entrevistados indicou ter inquietação ou ansiedade do que se tivesse que ir no espaço em pessoa).

Os produtos ligados à indústria da Moda continuam a ser o tipo de bens mais comprados online (61% do total), assim como os produtos de Beleza/Saúde (51%) e Livros (46%). Por seu turno, os compradores nacionais não se prenderam na hora de comprar itens que façam parte da categoria “Frescos & Bebidas”, aquela que mais cresceu entre 2019 e 2021 (mais em Portugal do que na Europa). A seguir, as duas categorias que mais cresceram foram os artigos de Mercearia (+10%) e Calçado (+8%).

O perfil do consumidor português

O relatório enfatiza que o maior crescimento verificado nos compradores online em Portugal se dá na faixa dos 30 e 39 anos (49% do grupo pertence ao sexo feminino, 40% ao masculino) e traça (divide) o perfil do comprador nacional em três grupos: os aficionados (fazem compras online há mais de cinco anos), epicuristas (mais jovens e exigentes, são os que partilham feedback depois da compra e vão à caça de reviews antes de a fazer) e os eco-seletivos (são os mais antigos e que fazem pesquisa online, mas que preferem fazer a compra nas lojas físicas).

Mas efetuado o pagamento é preciso ter outro fator em conta: a recepção do almejado produto ou bem. E o que o levantamento nos diz é que a esmagadora maioria dos e-shoppers portugueses (84%) prefere receber as suas compras em casa. A seguir a esta via, a preferência recai para que a entrega seja feita no local de trabalho (30%). O CEO da DPD Portugal, Olivier Establet, assinala ainda que as pessoas valorizam um serviço de entrega “imediato e prático” e que permita “acompanhar o estado das suas encomendas de forma a possam gerir melhor o seu tempo”. 

O Barómetro sugere também quais são as prioridades do consumidor nacional quando chega a hora de receber as suas encomendas: a possibilidade de seguir em tempo real a sua localização, a janela horária de uma hora de entrega; e selecionar, antecipadamente, o dia e janela horária de uma entrega.

Para a realização deste inquérito foram contactadas pessoas de 21 países europeus tenham encomendado bens físicos via online desde janeiro de 2021. No caso português, foram realizadas 1050 entrevistas.