Nolita. Esta foodtech portuguesa quer conquistar o mercado com produtos doces (mas sem açúcar)
por Gabriel Lagoa | 18 de Setembro, 2024
A empresa procura investidores para expansão nos EUA, um mercado avaliado em cerca de 1.500 mil milhões de dólares.
A Nolita, uma startup portuguesa focada em soluções alimentares, desenvolveu uma tecnologia que elimina a necessidade de açúcares e adoçantes adicionados nos alimentos. A empresa, fundada em 2019, criou um processo patenteado que utiliza fibras pré-bióticas para produzir alimentos com valor nutricional elevado.
Esta inovação, patenteada em março deste ano, baseia-se numa técnica termomecânica que modifica as propriedades das fibras, permitindo caramelizar e adoçar os produtos. O processo evita o uso de químicos, aplicando métodos físicos durante o fabrico. Pode ser aplicado em granolas, barras de cereais e bolachas.
Fernanda Vasconcelos, diretora-geral da Nolita, explica em comunicado que vê “as pessoas a prejudicarem a sua saúde com dietas pobres em proteínas, gorduras e fibras. Sinto a responsabilidade de criar soluções escaláveis que permitam reduzir as doenças crónicas, criando uma versão de alimentos doces mais equilibrada”.
Os produtos Nolita contêm 30g de fibra por 100g, “cinco vezes mais do que o mínimo exigido por lei para um produto rico em fibra”, afirma a marca. O teor de açúcar varia entre 2 e 4g por 100g, proveniente de ingredientes como frutos secos e sementes. A startup diz ainda que muitos dos produtos oferecem 15g de proteína por 100g.
Os produtos Nolita estão disponíveis em 100 pontos de venda em Portugal, incluindo as lojas Celeiro e El Corte Inglès, além de plataformas online e marketplaces nacionais e internacionais.
Nos planos da Nolita está a expansão para os Estados Unidos. A empresa participou na Fancy Food Show em Nova Iorque, onde identificou potencial para os seus produtos, já que o “mercado norte-americano representa 16% do setor global de produtos saudáveis, avaliado em 1.500 mil milhões de dólares”, lê-se no comunicado.
“Prevemos alcançar 1 milhão de euros em 2026 com o mercado dos EUA,” afirma Fernanda Vasconcelos. Para lá chegar, a Nolita procura investidores que possam auxiliar na expansão do negócio em solo norte-americano.
A tecnologia da startup, detalha a diretora-geral, contribui para a promoção da saúde intestinal através do uso de fibras pré-bióticas. Estas fibras são importantes para os probióticos, que por sua vez são fundamentais para a microbiota intestinal. Os benefícios da solução são, por exemplo, o controlo da diabetes, o auxílio na perda de peso e o reforço do sistema imunitário.
Quanto à satisfação dos clientes, Fernanda Vasconcelos assegura que os “testes independentes mostram que os consumidores atribuem o mesmo nível de satisfação e doçura aos nossos produtos quando comparados com uma versão em que a fibra é substituída por açúcar branco”.
A missão da Nolita é oferecer opções para as pessoas consumirem alimentos sem adição de açúcar, mantendo o sabor e textura. Os produtos estão disponíveis tanto para consumidores finais (B2C) como para outras empresas (B2B).
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