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Neuraspace instala novo telescópio no Chile para vigiar objetos espaciais

por Gabriel Lagoa | 9 de Dezembro, 2024

O novo telescópio junta-se ao já existente na base aérea de Beja, permitindo a total cobertura aerospacial do globo terrestre. A empresa portuguesa já monitoriza 400 satélites em todo o espaço.

A Neuraspace, empresa portuguesa especializada em gestão de tráfego espacial, anunciou na semana passada a instalação do seu segundo telescópio ótico no hemisfério sul, localizado no Chile. Este equipamento complementa o telescópio já em funcionamento na Base Aérea de Beja desde setembro, que registou mais de 300 mil medições de objetos espaciais.

Os dois telescópios permitem à empresa identificar objetos com dimensões até 10 centímetros que circulam em órbita à volta da Terra. Esta capacidade técnica cumpre as recomendações mais recentes da Agência Espacial Europeia para o controlo de lixo espacial.

O novo telescópio no Chile beneficia das condições atmosféricas ideais da região. Com cerca de 320 noites de céu limpo por ano, a localização permite observar e registar mais objetos. A região chilena escolhida é reconhecida internacionalmente pela qualidade dos seus céus, o que explica a presença de vários observatórios astronómicos de referência.

Este investimento faz parte de um projeto mais amplo financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com um orçamento total previsto de 25 milhões de euros. O objetivo é aumentar a segurança das operações espaciais através da prestação de serviços a empresas do setor.

A Plataforma de Gestão de Tráfego Espacial da Neuraspace utiliza Inteligência Artificial e machine learning para prevenir colisões entre satélites e detritos espaciais. A empresa, fundada em 2020, monitoriza atualmente 400 satélites.

A plataforma da Neuraspace usa inteligência artificial para prevenir colisões entre satélites e lixo espacial. A empresa, fundada em 2020, monitoriza atualmente 400 satélites e fornece serviços a mais de 300 satélites comerciais.

Em comunicado, Chiara Manfletti, Diretora Geral da Neuraspace, afirma que “este investimento consolida a Neuraspace enquanto referência global na gestão de tráfego espacial. Destacamo-nos na criação de valor a partir de dados com Inteligência Artificial e, agora, estamos igualmente a obter os melhores dados possíveis, com a nossa estratégia de fusão de dados a partir de diversas fontes. Com a expansão da nossa infraestrutura, estamos a redefinir os padrões de segurança e eficiência nas operações espaciais a nível mundial”.

O projeto, denominado AI Fights Space Debris, resulta de um consórcio liderado pela Neuraspace em parceria com a GMVIS Skysoft, o Instituto Pedro Nunes, a Universidade de Coimbra, o Instituto Superior Técnico e a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

A Neuraspace recebeu anteriormente um investimento de 2,5 milhões de euros da Armilar Venture Partners. A empresa oferece soluções automáticas de gestão de tráfego espacial em tempo real, incluindo software de apoio e planeamento de missões espaciais.

Com o número de satélites e outros objetos em órbita a aumentar todos os anos, a monitorização e gestão do tráfego espacial torna-se cada vez mais importante para evitar acidentes que podem danificar equipamentos essenciais para as telecomunicações, navegação e observação da Terra.

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