Metaverso vai melhorar ligações humanas? Há quem acredite que sim
por The Next Big Idea | 4 de Outubro, 2022
Um novo inquérito sugere que há quem acredite que o metaverso vai tornar as ligações humanas mais fortes — e ao mesmo tempo facilitar a relação com as marcas.
Nos próximos anos, estar presente no metaverso tornar-se-á provavelmente tão comum como ter um website — ou assim acreditam muitas marcas e pessoas, nas quais se inclui nestas últimas o co-fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, que até mudou o nome da empresa para estar na vanguarda deste novo mundo digital.
Foi neste âmbito que a Talkdesk realizou um inquérito recente a 1.500 consumidores norte-americanos, que permite ter uma visão daquilo que pode ser o futuro. O estudo, denominado “Conectar no Metaverso” (Connecting in the Metaverse), enfatiza várias coisas.
Por exemplo, que quase metade dos participantes acredita que o metaverso não só vai permitir que as ligações sejam mais fortes, mas também que vai melhorar as relações com a família, amigos e colegas. Ou seja, para uma larga fatia dos inquiridos, o metaverso será mais um veículo de interação a ter em conta no futuro, pois é uma maneira de restabelecer laços — sem as preocupações e stress do mundo real —, algo que sentem ter perdido com a pandemia. Onde até será possível encontrar o amor.
Algumas conclusões do estudo
- Mais de dois terços (69%) dos consumidores já estão a visitar a versão atual do metaverso para escapar às preocupações do mundo real e experimentar as coisas de uma nova maneira;
- Os passatempos favoritos nesta nova realidade incluem compras e navegação, com quase metade dos inquiridos (47%) a adquirir artigos virtuais ou a procurar inspiração para comprar um produto físico;
- Mais de metade (51%) dos consumidores também pensa que as marcas serão capazes de fornecer um melhor serviço ao cliente no metaverso;
- Os inquiridos vêem um metaverso totalmente construído e unificado como uma paisagem fértil para o crescimento de relações e para o aprofundamento de ligações;
- Os participantes, enquanto consumidores, esperam desenvolver uma relação com as marcas no futuro metaverso.
“Enquanto a realidade de um metaverso sofisticado, intuitivo e consistente ainda está no horizonte, os consumidores estão a começar a mergulhar em plataformas semelhantes para comprar, partilhar, jogar e desfrutar da novidade. Alguns estão até a namorar nestes ambientes digitais”, diz Shannon Flanagan, vice-presidente para o retalho e bens de consumo na Talkdesk, citada em comunicado. “Para os consumidores, o metaverso promete experiências quase ilimitadas, fora deste mundo e novas e diferentes formas de estabelecer conexões”, completa.
Algo expectável, porém, é a informação de que Millennials (75%) e Gen-Zers (64%), enquanto nativos digitais, estão mais propensos a recorrer a estas plataformas, do que, por exemplo, os Baby Boomers (45%). Adicionalmente, também se aferiu que os homens (73%) estão mais inclinados a estas experiências do que as mulheres (62%) — é que as mulheres olham para elas mais como um showroom virtual, navegando digitalmente pelos produtos antes de regressarem ao mundo físico para fazer compras (25% vs.18% para os homens).
Terreno fértil para as marcas
No comunicado que revela as descobertas deste estudo, é referido que se deve olhar para o metaverso como “uma nova terra promissora”. E é fácil de perceber porquê: praticamente metade dos clientes (47%) em busca de procura produtos no metaverso está a comprar artigos virtuais ou ver algo para comprar num loja física. Mais, estes clientes acreditam que estes ambientes imersivos reduzem os sentimentos de frustração e ansiedade presentes durante, por exemplo, um contacto com um agente de Contact Center. Isto é, sente que através do metaverso, quando a tecnologia lá chegar, vai dar-lhes informação sobre um produto ou uma marca e que “será mais eficaz e interativo procurar a assistência de um avatar omni-agente no metaverso do que interagir com um chatbot online”.
“De modo a prepararem-se para o que está para vir, as marcas devem considerar incorporar compras e serviços mais interativos, inclusive as compras através de vídeo, nas suas estratégias de experiência do cliente”, aconselha Flanagan. “Isto irá ajudá-las a planear interações imersivas e como estas serão quando o metaverso chegar, para que estejam bem posicionadas para fazer o tipo de ligações significativas e memoráveis que os consumidores procuram”.
Todavia, nem tudo é um mar de rosas e existem problemas. Ainda que se esteja a dar os primeiros passos neste ambiente virtual imersivo, já se constaram problemas com abusos de assédio, racismo e discriminação. E é por isso que mais de metade dos inquiridos (56%) acredita que o governo deveria regular o metaverso.