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Startup polaca alia-se à Universidade de Coimbra para criar testes domésticos para medir hormona do stress

por The Next Big Idea | 30 de Abril, 2024

Universidade de Coimbra e startup polaca vão conduzir investigação sobre um biossensor que permite medir a concentração de cortisol na saliva.

A startup polaca IQ Biozoom, que desenvolve tecnologia para diagnósticos domésticos não invasivos, aliou-se à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (Portugal) e o Instituto Nacional de Metrologia TUBITAK (Turquia) para desenvolver a investigação sobre um biossensor portátil que permita medir a concentração de cortisol na saliva.

Esta colaboração foi possível graças à rede de networking da EIT Health, a organização europeia que tem como objetivo a dinamização do ecossistema de inovação na área da saúde.

Em comunicado, a EIT Health sublinha que, com o desenvolvimento de testes domésticos portáteis não invasivos para a medição dos níveis de cortisol na saliva, será possível um diagnóstico mais acessível e mais rápido de muitas doenças, incluindo as de natureza psicológica, como a depressão ou reações físicas invulgares ao stress crónico.

Recorde-se que o cortisol é uma hormona esteroide fundamental para a regulação dos níveis de glicose e inflamação, com impacto no metabolismo, na função imunitária e no bem-estar emocional. O stress, a falta de sono e os hábitos pouco saudáveis podem elevar os níveis de cortisol, levando à supressão imunitária, a distúrbios metabólicos e a perturbações do sono. Por outro lado, a insuficiência de cortisol leva a fadiga e perturbações do humor. O cortisol é um biomarcador para o diagnóstico de várias doenças, e a realização de testes caseiros pode ajudar a diagnosticar problemas de saúde, incluindo condições psicológicas e respostas anormais ao stress.

“A perspetiva de um projeto conjunto de investigação baseado numa tecnologia extremamente interessante, que está hoje na vanguarda da ciência moderna, interessou-nos muito. Temos expectativas altas na validação clínica de uma nova tecnologia, sobretudo em relação a uma área tão importante nos dias de hoje como é a questão do stress e da monitorização não invasiva do cortisol”, realça Inês Rosendo, médica especialista em Medicina Geral e Familiar e investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, citada na nota.

Por seu turno, Marta Passadouro, responsável pelo ecossistema de saúde do EIT em Portugal, sublinha o poder transformador da colaboração transfronteiriça e o papel fundamental do trabalho em rede na promoção da inovação. “Os nossos programas dinâmicos de criação de empresas abrem as portas a uma vasta rede, facilitando ligações vitais e encorajando empresas com visão de futuro, como a IQ Biozoom, a tirar partido da experiência e dos recursos disponíveis, desencadeando uma inovação pioneira”, afirma.

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