IA e inovação digital para transformar o futuro do sistema elétrico nacional
por The Next Big Idea | 4 de Agosto, 2025
A Aliança para a Transição Energética (ATE) foi criada para desenvolver várias soluções no setor da energia, com aplicações em indústrias complementares.
Com um investimento global superior a 250 milhões de euros, a Aliança para a Transição Energética (ATE) está a impulsionar a digitalização e o uso de inteligência artificial (IA) no setor elétrico de Portugal. O objetivo da ATE é transformar o sistema elétrico nacional através de soluções para uma rede mais inteligente, resiliente e sustentável. Na sua agenda, consta a implementação de novos projetos, que incluem desde a utilização de IA para prever e gerir redes, até à criação de plataformas digitais para a mobilidade elétrica e a otimização de ativos energéticos. A integração destas soluções é crucial para enfrentar os crescentes desafios da transição energética e da descentralização da produção de energia, que exigem uma infraestrutura capaz de se adaptar a estas mudanças.
“Estamos a construir um verdadeiro ecossistema de inovação em energia. Através da digitalização do desenvolvimento tecnológico, conseguimos criar soluções concretas que reforçam a segurança do sistema e abrem caminho à integração mais eficiente das renováveis”, afirma Rui Lameiras, coordenador da Agenda ATE.
Uma das soluções destacadas é o PreditTransf, desenvolvido pela Enging, que emprega recursos de análise preditiva avançada para identificar antecipadamente mudanças e tendências no funcionamento de ativos energéticos. O PreditTransf está a ser testado na monitorização dos transformadores de distribuição da CEVE Cooperativa Eléctrica do Vale d’Este. A adoção desta abordagem tem como objetivo reduzir custos operacionais, minimizar interrupções não planeadas, diminuir períodos de inatividade e reduzir o desperdício de energia.
A ATE também apoia o desenvolvimento de soluções inovadoras para lidar com os desafios causados pela proliferação de novos equipamentos na rede de baixa tensão. Estes novos equipamentos incluem veículos elétricos, bombas de calor e sistemas fotovoltaicos. Para tal, a ENEIDA.IO, NOS Comunicações e o INESC TEC estão a desenvolver um novo dispositivo de medição, o “µPMU”, que irá recolher dados preditivos das perturbações na rede enquanto minimiza os requisitos de comunicação. Este equipamento está em fase de preparação e será testado na rede de baixa tensão da CEVE.
Até agora, a Agenda já resultou no desenvolvimento de mais de 45 novos produtos, processos e serviços. Foram submetidos seis pedidos de patentes e quatro registos de marcas nacionais e/ou internacionais. A ATE é composta por 79 promotores, 12 parceiros estratégicos e 52 entidades empresariais, entre outras organizações.
Com um volume de negócios projetado de aproximadamente 500 milhões de euros para 2027, a ATE pretende impulsionar a competitividade do setor energético nacional.
Subscreve a nossa newsletter NEXT, onde todas as segundas-feiras podes ler as melhores histórias do mundo da inovação e das empresas em Portugal e lá fora.