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Green Tech Challenge: Em 4 dias torna o “verde” sustentável

por | 5 de Janeiro, 2018

Green Tech Challenge: Em 4 dias torna o “verde” sustentável

A Green Tech Challenge tem no seu portfólio 65 empresas, com a promessa de que, até ao final do ano, “ vai ter 110 grandes startups verdes”, diz Frederik van Deurs, co-fundador da GTC. Estas empresas, por norma, já têm um produto que foi anteriormente escrutinado e testado no mercado, o que significa que algumas já contam com os primeiros clientes. Contudo, esta não é uma condição obrigatória para a integrar a Green Tech Challenge; a participação é gratuita, avaliando-se somente 4 requisitos incontornáveis: o impacto das empresas no ambiente, a força da equipa que dá forma à ideia, a estabilidade do modelo de negócio e atual receita e financiamento.

De todas as que concorrem, são selecionadas por programa – que acontece em Lisboa, Berlim ou Copenhaga – 12 a 16 empresas. Estas vão beneficiar de um programa “sprint” de crescimento intensivo que dura 4 dias.

A diversidade de temas – desde que sigam o “Green” e o “Tech” – é constante e valorizada. Deste modo, chegam à GTC empresas de todos os sectores: “temos serviços de IoT (Internet of Things), marketplaces, gestão de utilidades, gestão de resíduos, empresas de mobilidade, produtores de comida, empresas de moda, centrais elétricas, tecnologia de armazenamento de energia solar e renovável, entre outras”, conta Frederik van Deurs. A dinâmica e os conceitos de cada empresa podem ser diferentes, mas há uma máxima que todos têm de ter em comum: fazer mais com menos.

O que se faz em 4 dias?

A Green Tech Challenge assume-se como um processo de “diligência prévia”, conta-nos o co-fundador, no sentido em que procura analisar a situação da empresa antes de esta ser “lançada aos lobos”: “normalmente quando uma startup entra em contacto com um investidor, o investigador analisa o “bookkeping” da empresa, para perceber se o negócio está como deve ser. Este processo facilmente demora entre 6 a 8 meses. Isto é um grande problema, porque as startups têm “runaway” apenas por 4 meses. É por isso que fazemos esta ajuda prévia, para que as inovações verdes não falhem”.

Assim, o objetivo é colocar em contacto uma rede de investigadores, parceiros corporativos, potenciais investidores, potenciais parceiros de negócio com as startups envolvidas. Para além de estabelecer esta ligação, as startups contam com um apoio no âmbito da contabilidade, lei, direitos de propriedade intelectual e proteção e branding. As empresas recebem ainda consultoria na criação de um estratégia e na gestão e funcionamento da tecnologia. De forma complementar, são disponibilizadas formações de criação de “Pitch” através de workshops e treinos de “pitches”, seguindo “uma comunicação simples e baseada em valor”, afirma Frederik van Deurs.

Este programa de crescimento intensivo interessa especialmente às empresas que têm um impacto positivo no ambiente e na sociedade e às que tem uma tecnologia ou modelo de negócios escalável. “Costumamos dizer que trabalhamos com empresas que estão à procura de angariar entre 100.000 euros e 5 milhões de euros”, acrescenta Frederik.

A Green Tech Challenge foi fundada em 2015 e mostra que, passado um ano desde que as empresas participam no programa, o crescimento sobe para os 67%, a receita mensal triplica e estas ainda conseguem angariar, em média, meio milhão de euros.

O cunho social e consciente está na base da Green Tech Challenge, assegura o co-fundador: “Se olharmos para trás na história, vemos que os negócios são dos principais catalisadores de mudança, pois a política mexe-se muito devagar. Hoje em dia, 20% da nossa água global está contaminada e 40% da nossa água superficial está poluída. Daqui a 80 anos, haverá um esgotamento total de recursos no nosso planeta se não alterarmos o nosso comportamento”. É partindo desta preocupação, e com um fundo verde, que a Green Tech Challenge se propõe a fazer a diferença, hoje e no futuro.