Em Aveiro há Design para toda a obra
É desta vontade que surge a Pedro Gomes Design, um gabinete de consultoria estratégica em Aveiro, que assenta no modelo cross industry. Isto é, a empresa assume uma abordagem multidisciplinar, tanto responde a problemas do mundo da robótica, como da saúde ou do imobiliário. “O facto de não nos especializamos em nenhuma área faz com que tenhamos uma abordagem fresca e abrangente quando nos propomos a resolver um problema”, conta o designer.
A Pedro Gomes Design acredita que a metodologia multidisciplinar permite ainda inovar em todas indústrias, cruzando as suas características e influências. Esta multidisciplinaridade surge, desde logo, associada ao próprio conceito do design. Ao contrário do que se pode pensar, não se trata de um exercício estético. “É um exercício holístico”, diz Pedro, “Design é a capacidade que se tem em desenhar produtos, sistemas e até relações”, como, por exemplo, a necessidade de trabalhar a relação que um robot tem com os humanos, ao definir o seu movimento e timbre de voz.
Sediados em Aveiro – onde, afirmam, se sente muito o avanço industrial e desenvolvimento da tecnologia -, a Pedro Gomes Design trabalha com várias empresas e em vários segmentos. “O design começa sempre com perguntas”, diz o fundador, e é precisamente com perguntas que os clientes chegam ao gabinete, principalmente acerca de como a marca/produto deles se deve posicionar no mercado e como pode inovar.
“Depois de conhecermos o cliente, vamos para o terreno e vemos como as pessoas se relacionam com o produto em questão, tentamos perceber a realidade dos produtos que vamos desenvolver, seja em que área for”, conta. No fundo, a empresa está presente em várias frentes: ajuda na concepção do design do produto e da marca, trabalha o marketing – nomeadamente o digital – para implementar o produto no mercado e a comunicação do produto.
Em Portugal, Pedro destaca a relação com a empresa Tech for Home, que desenvolve comandos remotos para televisões. Em 2017, ganharam o prémio Red Hot Concept Award, ao desenhar, diz Pedro, “o futuro desta indústria”. Ao mesmo tempo, no Uganda, a Pedro Gomes Design está a desenvolver uma “tecnologia disruptiva para o diagnóstico da malária, ao propor um diagnóstico não intrusivo, em que não é preciso tirar sangue como habitualmente acontece”. Assim, o rastreio é feito através de uma bateria e não exige o acompanhamento de um médico especializado.
__A equipa é a alma do negócio
Na Pedro Gomes Design a equipa é muito heterogénea: com clientes por todo o mundo, existe a necessidade de ter designers da Alemanha, França e Índia. “Assim assumimos a multidisciplinaridade para desenhar para o mundo inteiro”, acrescenta Pedro. Para além de várias nacionalidades, a equipa é feita de pessoas com competências diversificadas: existem os designers de produto, de marketing digital, de animação, de estratégia, de animação etc. É esta “capacidade circular” que, afirma, permite criar uma solução holística.
Para o fundador, a empresa está numa “fase fantástica” de maturação e crescimento. O segredo é olhar para os problemas mundiais – como a pobreza e poluição – como se se tratassem de desafios aliciantes. “Nós queremos ser experts na metodologia holística e desenhar sistemas complexos que tenham impacto social positivo”.
Já com o foco na responsabilidade social, a empresa oferece três semanas dos seus serviços a Organizações Não Governamentais. Nestas semanas, é feito um acompanhamento de alta aceleração da organização e de resolução de problemas identificados pela abordagem da empresa.
Acerca do futuro, Pedro Gomes diz que não é possível determinar o que o design poderá vir a ser. “Estamos ainda numa fase de experimentação, de exploração, ainda estamos a perceber o que faz sentido ou não fazer”. Mas para Pedro uma coisa é certa, : é preciso investir no design e é preciso que este tenha sempre um impacto positivo na vida das pessoas.
Sobre a Pedro Gomes Design veja também o episódio exibido na SIC Notícias.