Digidelta investe 3,5 milhões de euros para triplicar produção em Torres Novas
por Gabriel Lagoa | 26 de Julho, 2024
Digidelta assegura que o foco continua a ser a expansão para os mercados internacionais, que ao longo dos anos tem contribuído para o crescimento da empresa.
A Digidelta, uma empresa portuguesa especializada na fabricação de sistemas para os mercados de impressão digital, anunciou um investimento de 3,5 milhões de euros na sua atual fábrica Decal 4.0, em Torres Novas. O objetivo é aumentar a capacidade produtiva e a eficiência desta unidade, ao permitir à empresa triplicar a sua produção.
O plano de expansão inclui uma nova linha de revestimento de adesivos, a automatização completa do processo de embalamento e a instalação de um armazém automático para produtos semi-acabados. Com mais de dez mil metros quadrados, a fábrica Decal 4.0 verá estas melhorias concluídas até ao final do ano, com os efeitos do investimento a começarem a ser notados em 2025.
Rui Leitão, CEO da Digidelta, explica em comunicado que a empresa está a aumentar a sua capacidade de produção através de investimentos significativos em automação e tecnologia avançada. “Atualmente, já utilizamos linhas de coating de adesivos UV ecológicos livres de solvente, armazéns automáticos e sistemas de corte e embalamento robotizados”. O coating de adesivos UV refere-se a um processo de revestimento que utiliza luz ultravioleta para curar e secar rapidamente os adesivos, o que resulta em produtos mais ecológicos e que duram mais. “Estes investimentos não só aumentam a eficiência, como também vão garantir a qualidade e sustentabilidade dos nossos produtos”, afirma o CEO.
Fundada em 1986, a Digidelta conta atualmente com mais de 180 trabalhadores e exporta para mais de 60 países. Ao The Next Big Idea, Armando Mota, COO da empresa, detalha que a Digidelta abastece a “esmagadora maioria dos países da Europa, com especial destaque para a Espanha, devido à proximidade”. No entanto, é na Alemanha que a empresa tem registado o maior crescimento.
A evolução da Digidelta não se limitou apenas à expansão geográfica. O COO destaca que a transição para a produção própria de materiais autoadesivos, através da marca Decal, foi um ponto de viragem para a empresa. “Nós comprávamos e vendíamos equipamentos, comprávamos e vendíamos consumíveis, mas chegou um momento em que os consumíveis já não acomodavam tudo aquilo que eram as nossas necessidades”, explica. Esta decisão levou a Digidelta a transformar-se de uma empresa puramente comercial para uma empresa industrial.
O resultado desta transformação refletiu-se nos números da empresa. Em 2023, a Digidelta registou o melhor ano de sempre, com um volume de negócios de 41 milhões de euros. Para este ano, prevê um crescimento sustentado, especialmente nas áreas de negócios Sign Graphics, industriais e têxteis. A Digidelta opera em várias áreas de negócio, incluindo comunicação visual, label & packaging, leather & footwear, decoração de interiores e impressão 3D. Os produtos mais vendidos atualmente são os adesivos da marca Decal.
De volta à sustentabilidade, Armando Mota salienta também, por exemplo, o uso de painéis fotovoltaicos, que permitem à empresa ser autossuficiente em cerca de 80% das suas necessidades de eletricidade. Além disso, a Digidelta utiliza algumas tecnologias de adesivos isentas de água, reduzindo significativamente o impacto ambiental.
Quanto às perspetivas futuras do mercado de impressão digital, Armando Mota assegura que está em crescimento e acrescenta que, embora o mercado esteja a amadurecer, a necessidade de comunicação visual permanece forte. “Todas as marcas, os donos das marcas, o retalho, a indústria e o comércio perceberam que não há forma de alcançar os clientes sem comunicar com eles“, considera o COO.
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