Das rolhas de Dom Pérignon até qualquer coisa que se possa imaginar feita em cortiça
Em junho de 2014 começou a corrida. Com o propósito de “procurar novos negócios e novos empreendedores para a indústria da cortiça”, nasceu a Amorim Cork Ventures, uma incubadora de negócios e Venture Capital detida pela Corticeira Amorim, líder mundial da indústria da cortiça.
Há muita cortiça e procuram-se ideias. Para quem queira pôr à prova aquilo em que pensou, a Amorim Cork Ventures tem a porta aberta. “Os empreendedores podem chegar à Amorim Cork Ventures a qualquer momento através do site, que tem uma página dedicada à submissão de uma proposta de um novo projeto, um novo produto com cortiça”, começa por explicar Paulo Bessa, diretor geral da incubadora.
Mas nem todos chegam assim. “A maior parte deles têm surgido dos concursos que a Amorim Cork Ventures vai lançando. Depois há uma seleção e um programa de pré-aceleração, onde os empreendedores são convidados a desenvolver uma proposta de negócio. São munidos de um conjunto de ferramentas, sobretudo na área de gestão, que lhes permite no fim apresentaram comité de investimentos da Amorim Cork Ventures e uma proposta de negócio e aí são tomadas decisões de investir, de se seguir um período de incubação do projeto ou de não prosseguir. Neste sentido, já fizemos dois programas em Lisboa, um no Porto e um em Barcelona”, exemplifica.
Mais de 300 propostas de negócios, provenientes de 25 países
As ideias não param de chegar. Desde o surgimento da empresa já foram recebidas mais de 300 propostas de negócios, provenientes de 25 países. Neste momento são quatro os projetos que estão no mercado, apoiados pela Amorim Cork Ventures.
“Neste momento temos ASPORTUGUESAS, no negócio do calçado, dos chinelos d de cortiça e borracha; os SUGO Cork Rugs, os tapetes em que a inovação reside precisamente numa solução de cortiça para ser trabalhada com outros materiais como o algodão ou a lã; a Grõwancork, uma empresa que desenvolve soluções de isolamento para a refrigeração comercial, ou seja, as tradicionais câmaras de refrigeração são revestidas a poliuretano e para além do impacto ambiental dessa solução, a cortiça é mais amiga do ambiente e é mais duradoura e o Yogurtnest, uma iogurteira natural, uma forma mais saudável e mais natural de fazer iogurte que, em comparação com as iogurteiras elétricas, faz tudo, só não gasta eletricidade”, apresenta Paulo Bessa.
Além destes quatro produtos, a Amorim Cork Ventures investiu também numa patente em regime de copropriedade. “É uma argamassa projetada com cortiça. Vimos ali um produto inovador e com potencial. É uma argamassa que não é cimentícia. Pode ser projetada até 7 cm e tem logo ali o isolamento térmico para habitação, diz.
Sediada em Santa Maria da Feira, a incubadora tem uma área de cerca de 150 m2 de espaço administrativo e 3 mil m2 de espaço industrial. Com um objetivo. “É uma área que nos possibilita que as primeiras operações da linha de produção sejam colocadas num espaço já preparado para o efeito. É também um tipo de apoio que a Amorim Cork Ventures pode dar aos seus parceiros”.
Olhando para os produtos já desenvolvidos, uma certeza vai ficando: a cortiça, devido às suas características únicas, funciona aplicada nos mais diversificados projetos. “A cortiça distingue-se desde logo pela sua proveniência, pelo ecossistema onde é produzida: o montado. As características diferenciam a matéria-prima. A cortiça aparece muitas vezes como amiga do ambiente e é procurada para algumas resoluções. O facto de ser uma matéria-prima que é extraída de uma forma única, ou seja, é a casca de uma árvore que se autorregenera de nove em nove anos. Não há o abate de uma árvore para obter a matéria-prima. O material tem características únicas: isolamento térmico, isolamento acústico, leveza, suavidade ao toque, resiliência do material, características hipoalergénicas”, enumera Paulo Bessa.
Estas propriedades marcam a história há algum tempo e pretendem continuar a fazê-lo, segundo a Amorim Cork Ventures. “Uma grande ideia para o setor da cortiça surgiu com Dom Pérignon, quando viu na cortiça o material por excelência para vedar vinho e champagne. Agora procuramos não forçosamente um novo Dom Pérignon, mas algo que traga um potencial semelhante para a cortiça. Acreditamos que tem um conjunto de características que permite responder a desafios futuros. A cortiça já nos surpreendeu no passado. Já fomos ao espaço, o céu não é o limite e é assim que nós queremos ver os novos negócios com cortiça: vão certamente surgir novas situações, temos é de estar atentos, procurar as novas ideias e dar-lhes apoio para que possam chegar mais longe”, remata.
A estratégia da Amorim Cork Ventures é o tema em destaque no magazine The Next Big Idea exibido a 10 e 11 de fevereiro na SIC Notícias e SIC Internacional.
Saiba mais sobre os projetos promovidos pela Amorim Cork Ventures:
Yogurtnest: uma iogurteira para fazer iogurte de forma mais saudável, barata e sustentável.
Grõwancork: soluções de isolamento para a refrigeração comercial
ASPORTUGUESAS: os tradicionais chinelos de dedo feitos em cortiça e borracha