Como tornar Portugal mais internacional, mais competitivo e com maior capacidade de atrair talento?

A evolução demográfica é um tema chave nos países desenvolvidos e Portugal não é exceção – pelo contrário. Vivemos mais anos e temos menos filhos, o que significa em termos económicos mais custos e menos criação de riqueza e esse é um grande desafio quando se projeta uma região ou um país.

E esse foi precisamente o tema do primeiro painel da Conferência “Portugal Global – Internacionalização do Ecossistema Empresarial Português e Atração de Talento Internacional” que juntou ao debate Ricardo Valente, vereador da Câmara Municipal do Porto, Inês Odila, Country Manager da Coverflex, Paulo Fernandes, Presidente da Câmara Municipal do Fundão e Eduardo Prata, Country Manager da LABSxd, numa conversa moderada por Tiago Cardoso, Diretor Executivo da Nguzu.

Duas empresas e duas regiões partilharam os desafios e as respostas que têm vindo a desenvolver para fazer alcançar o objetivo de fixar talento e de garantir futuro populacional. No caso do Porto, Ricardo Valente trouxe uma série de programas, que são pilares da estratégia que a autarquia tem vindo a seguir. Paulo Fernandes, autarca do Fundão, falou de uma estratégia que é já um case study nacional e internacional e que permitiu a um território de baixa densidade – com 13 mil habitantes – ter captado nos últimos anos cerca de mil engenheiros de várias nacionalidades, com uma estratégia de não-nomadismo e de aposta na fixação de famílias.

As duas empresas presentes – Coverflex e LABSxd – apontaram caminhos que complementam estas estratégias, nomeadamente com oferta de soluções de serviços que garantem ou flexibilidade – caso da Coverflex, com soluções de remuneração flexível e disponíveis para contratação em qualquer parte do mundo – ou criação de emprego.

O segundo painel do dia teve como tema a Internacionalização do Ecossistema Empresarial Português e como protagonistas Clara Pinto, Diretora da ColorADD, João Barbosa, Administrador da Delta Cafés Brasil & Porto Digital Europa, João Empadinhas, CEO da ExclusivKey, Sara Medina, Administradora da SPI & ENRICH com moderação de Pedro Galego, CEO da ANJE.

Um dos temas comuns a todas as organizações é a necessidade de elevar o preço dos produtos e serviços que as empresas portuguesas levam aos mercados internacionais, contrariando uma estratégia de décadas assente em baixo preço. É, como foi referido, a eterna disputa entre preço e valor, numa abordagem que tem de começar com as vendas dentro de portas que deve ser espelhada nos mercados externos.

Com experiências partilhadas um pouco por todo o globo – da Europa ao Brasil e à China – a tónica comum é a necessidade de um conhecimento aprofundado de cada mercado e da capacidade de adaptar soluções – e preços – em função das respetivas oportunidades.

A fechar, o painel sobre Casos de Sucesso na Cooperação entre Empresas e Institutos Politécnicos trouxe à discussão um painel com representantes de várias instituições de ensino, nomeadamente Goreti Marreiros, Diretora do GECAD & ISEP, Jerônimo Silva, Ex-Presidente da Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Brasil), Pedro Melo, Pró Presidente do IPCA numa conversa moderada por Rute Sousa Vasco, jornalista e publisher da MadreMedia, empresa responsável pelo projeto The Next Big Idea.

Aqui a tónica foi transferência de conhecimento da academia para as empresas e na forma de promover uma maior aproximação e integração de projetos. Um desafio não apenas existente no tecido económico nacional, mas a uma escala mais alargada, nomeadamente dos países de língua portuguesa e do potencial de estabelecimento de uma rede internacional.

A conferência teve lugar na ANJE, no Porto, e coube a Carlos Ramos, Pró Presidente do Instituto Politécnico do Porto agregar os vários contributos no âmbito de um projeto alargado entre a academia e o mundo empresarial.