Bison Bank apresenta resultados positivos pela primeira vez em 2023

São bem conhecidas as razões que levaram o setor bancário a ter um ano bastante positivo em 2023. A elevada inflação e a consequente subida das taxas de juro tiveram um impacto positivo nos seus resultados financeiros e na rentabilidade que conseguem extrair juntos dos seus clientes. Também no final de 2023, outro fenómeno – uma recuperação significativa no mercado de criptoativos – começou a fazer-se sentir em empresas que operavam ou estavam de alguma forma ligadas a esta indústria.

O Bison Bank teve a particularidade de tirar proveito de ambos os fenómenos. Especializado em serviços de gestão de património e de banca de investimento, o banco anunciou os resultados do desempenho da sua atividade, com os primeiros resultados positivos e com as receitas a crescer cerca de 240% face ao ano anterior.

Estes indicadores são relevantes colocando em perspetiva o percurso do banco até a esta altura. É o resultado do processo de resolução do Banif, que se iniciou em 2016 e, no final de 2018, começou a sua atividade numa situação relativamente precária, com perdas significativas e com uma pool decrescente de clientes. Nestes primeiros anos, o foco do banco foi sobretudo a estabilidade e o desenvolvimento de um modelo de negócio sustentável que regularizasse as suas contas.

Angariação de novos clientes

Em 2023, os serviços de Depositário e Banco de Custódia mantiveram a trajetória de crescimento, com um aumento dos ativos sob gestão de cerca de 500 milhões de euros para 2 mil milhões de euros no final de 2023. Como Banco Depositário, o Bison Bank trabalha neste momento com cerca de 90 fundos de 30 sociedades gestoras, incluindo fundos de private equity, sociedades de investimento coletivo, fundos de investimento imobiliário, fundos alternativos e fundos mobiliários. 

Nos serviços de Gestão de Patrimónios, o Bison Bank angariou mais de 1.000 novos clientes ao longo de 2023 – tendo atingido um total de mais de 3.000 clientes no final do ano. Estes são privados, portugueses e estrangeiros, com elevado património líquido. Os clientes particulares internacionais são oriundos de cerca de 115 países e procuram estabelecer uma ligação de longo prazo com Portugal. O início deste processo é feito através do investimento em fundos de capital de risco e de private equity. Os seis principais mercados atuais do banco são, por ordem de importância, os EUA, Portugal, Brasil, Turquia, Emirados Árabes Unidos e China.

“Com um modelo de negócio diferenciado, estamos confiantes de que o Bison Bank continuará a trajetória de crescimento sustentado do volume de negócios e de consolidação. O atual posicionamento estratégico, focado, inovador e digital, permitirá ao Banco a consolidação e estabilização das suas operações, bem como o impulsionamento do seu crescimento a longo-prazo, de forma gradual e consistente”, refere António Henriques, Presidente da Comissão Executiva do Bison Bank.

O Bison Bank estabeleceu ainda mais de 60 parcerias com instituições em todo o mundo, que abrangem tanto o setor financeiro como o não-financeiro. Estas lançaram as bases para a expansão de negócio e clientes a nível internacional, posicionando o Bison Bank como um ator global no setor financeiro. Estas parcerias, como o lançamento do cartão de débito Visa Internacional, constituem um aspeto determinante no alargamento da oferta a clientes, muitos dos quais internacionais. A instituição financeira conta atualmente com uma equipa de 70 pessoas, baseada em Lisboa.

A Web3 como íman de talento

No contexto da inovação do seu modelo de negócio, o Bison Bank lançou, há cerca de um ano (janeiro de 2023), o primeiro prestador de serviços de ativos virtuais detido por um banco em Portugal – a Bison Digital Assets – dedicada à prestação de serviços de ativos digitais (possibilita a troca, levantamento e a opção pela custódia dos ativos digitais). Esta subsidiária iniciou relação com mais de 50 clientes e executou um valor total superior a 35 milhões de euros, tendo mesmo assim apresentado perdas de 500 mil euros no último ano. Contudo, teve um efeito positivo noutra área da empresa – o recrutamento. A maior parte das novas pessoas que têm entrado no Bison Bank vêm sobretudo pelo posicionamento do banco nesta área e por se tratar de uma dinâmica semelhante a “uma startup”, pegando nas palavras de António Henriques. De acordo com o líder do banco, o objetivo não passa por ser uma plataforma de exchange como a Binance ou a Coinbase, mas sim em ser o banco predileto onde as empresas querem depositar o dinheiro que transacionam (ou os criptoativos) e que lhes dá acesso a uma infraestrutura que não encontram nas outras instituições.

No âmbito desta atividade, serão lançadas em 2024 novas parcerias estratégicas com a BitStamp e a Circle, ao mesmo tempo que será fortalecida a sua infraestrutura através da integração da Fireblocks como parceiro de blockchain.

Subscreva a nossa newsletter NEXT, onde todas as segundas-feiras pode ler as melhores histórias do mundo da inovação e das empresas em Portugal e lá fora.