“Beyond The Summit”, a nova minissérie The Next Big Idea
por The Next Big Idea | 9 de Dezembro, 2024
Um mês depois do Web Summit, está na hora de revelarmos um primeiro olhar sobre o que estivemos a fazer por lá. O projeto chama-se “Beyond The Summit” e é uma minissérie de três episódios com base nas conversas que o Gabriel Lagoa e Miguel Magalhães estiveram a conduzir ao longo dos três dias do evento, em parceria com o Banco Europeu de Investimento (BEI) e o Fundo Europeu de Investimento (FEI). Vai ser publicada no nosso canal de YouTube e com ela procurámos responder a três questões essenciais:
- Qual é a estratégia europeia para permitir que mais startups escalem os seus negócios a partir do Velho Continente, sem terem de ir para os EUA?
- Qual a estratégia para inovação de economias europeias emergentes e como se comparam com Portugal?
- Como é que a Inteligência Artificial está a mudar as regras da economia em áreas como o marketing, o recrutamento e a privacidade?
Olhando para o panorama atual do mundo da inovação, a Europa enfrenta uma série de desafios para se manter um mercado tão competitivo como os EUA e a China. Há uma expressão que nos últimos meses tem sido várias vezes repetida que diz que “os EUA criam, a China copia e a Europa regula”, e que é essa uma das principais razões para estarmos uns passos atrás em termos de acesso a capital, em número de unicórnios e no avanço em determinadas indústrias-chave como a Inteligência Artificial.
É verdade que a Europa tem de correr mais do que nunca e criar condições para que uma startup europeia, que cresceu num contexto europeu, possa escalar o seu negócio a partir daqui sem sentir a necessidade de atravessar o Atlântico. À conversa com alguns dos principais decisores europeus, entre eles, Marjut Falkstedt, Chief Executive do FEI, e Miguel Alves, Country Manager do FEI, há dois lados desta questão. Um lado é financeiro, nomeadamente a facilidade com que empresas podem ter um acesso às grandes rondas de capital de 100 e 200 milhões de euros ou a exits, que são mais regulares nos EUA. O outro lado está relacionado com a fragmentação na Europa, não só entre países que estão dentro e fora da União Europeia, mas também entre os próprios estados que partilham uma união económica. A ideia para a criação de um “28º Estado” tem sido amplamente discutida para tentar criar na Europa alguma standardização de práticas em termos fiscais, de investimento e de retenção de talento, para que não se torne num bloco económico com 27 maneiras diferentes de abordar todas estas áreas.
E Portugal?
Ao longo dos últimos anos, em muito devido à atenção trazida pelo Web Summit, Portugal tornou-se num dos pólos de inovação mais atrativos para empresas no mundo inteiro, não só pelos nossos casos de sucesso, mas também pela qualidade do nosso capital humano e custo de vida relativamente baixo comparado com os EUA ou com outros grandes mercados europeus.
No entanto, também Portugal enfrenta um desafio de competitividade dentro da própria Europa. Ao mesmo tempo que Portugal foi dinamizando a sua economia, também os países de Leste fizeram fortes investimentos na área da inovação e têm procurado aproximar-se da média europeia no número de startups que são capazes de criar, nos incentivos que dão a investimento estrangeiro e nas indústrias que consideram poder ter uma vantagem competitiva. Durante a Web Summit, estivemos à conversa com delegados de dois países fora da UE – a Sérvia e a Geórgia – e de dois outros estados-membros – a Lituânia e a Polónia – que apresentaram a estratégia de inovação de cada uma das suas nações.
Não escapámos à Inteligência Artificial
Foi o principal tema da conferência deste ano e uma série de startups internacionais vieram a Lisboa apresentar os seus produtos e serviços. A Synthesia, a startup inglesa de IA generativa para vídeo, que já levantou mais de 150 milhões de dólares em investimento, foi uma delas. Estivemos à conversa com o Brewster Stanislaw, o Chief Product Officer da startup, que passou por grandes tecnológicas como a Adobe e que nos explicou a visão da Synthesia para área como os media, o marketing, serviço ao cliente e educação.
Também ficámos a conhecer um pouco melhor outras duas empresas: a Nebula.io, startup americana liderada por Jon Krohn, que está a utilizar inteligência artificial para melhorar os processos de recrutamento removendo o “bias” no setor; e ainda a Tools for Humanity, fundada em 2019 por Sam Altman (CEO da OpenAI) e Alex Blania. Damien Kieran, Chief Legal & Privacy Officer da startup, esteve à conversa connosco e explicou como é que dois dos seus produtos – a World e a Orb – utilizam respetivamente blockchain e biometria – para garantir um melhor acesso a produtos digitais numa era em que a inteligência artificial coloca vários desafios à nossa identidade física e digital.
O primeiro e segundo episódios de “Beyond The Summit” vão ser publicados a 11 e a 18 de dezembro. Subscreve já o nosso canal para não perderes nenhum deles.