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Arrisca C regressa para apoiar inovação e empreendedorismo

por Gabriel Lagoa | 13 de Fevereiro, 2025

O Arrisca C está de volta para apoiar startups e spin-offs académicas com prémios e mentoria. Desde a primeira edição, em 2008, o Arrisca C apoiou quase 200 projetos.

A 13.ª edição do Arrisca C já está em marcha, com candidaturas abertas até este domingo, 16 de fevereiro. Organizado pela Universidade de Coimbra, o concurso mantém o objetivo de apoiar a criação de novas startups e spin-offs académicas, promovendo uma cultura de inovação e empreendedorismo.

Desde a sua criação em 2008, o Arrisca C tem reunido projetos de diferentes perfis, desde soluções tecnológicas avançadas a iniciativas de impacto social. Segundo Gabriela Fernandes, pró-reitora para o Empreendedorismo da Universidade de Coimbra, o concurso nasceu com a intenção de criar uma rede de apoio para novas empresas e fomentar o espírito empreendedor. “Se queremos uma sociedade mais envolvida, precisamos do empreendedorismo e da inovação”, explica.

Apoio além dos prémios monetários

A responsável conta que uma das particularidades do Arrisca C é a colaboração entre diferentes parceiros, garantindo apoio não apenas financeiro, mas também técnico e estratégico. “O que distingue o Arrisca C de muitos outros concursos é a rede de parceiros que não só atribui prémios monetários, mas também oferece incubação, consultoria em propriedade intelectual, marketing e desenvolvimento do modelo de negócio”, afirma Gabriela Fernandes.

Este acompanhamento pós-concurso é visto como essencial para aumentar as hipóteses de sucesso dos projetos. Além da Universidade de Coimbra, várias empresas e investidores estão associados ao Arrisca C, participando ativamente na mentoria e na orientação dos empreendedores.

Tendências e desafios

Os dados da edição de 2024 revelam um aumento de candidaturas em áreas como tecnologias digitais e sustentabilidade. Para Gabriela Fernandes, esta tendência reflete a transformação do perfil dos empreendedores. “Há 20 anos, as empresas mais valiosas estavam na indústria tradicional. Hoje, a maioria opera em tecnologia. O facto de termos mais candidaturas nesta área mostra que os nossos empreendedores estão atentos às mudanças do mundo”, destaca.

Além das áreas tecnológicas, a inovação social e a sustentabilidade têm ganhado espaço. O concurso inclui categorias específicas para estes segmentos, algo que, segundo Gabriela Fernandes, surgiu da necessidade de reconhecer projetos com impacto ambiental e social. “No início, não havia categorias distintas. Com o tempo, percebemos que projetos sociais e tecnológicos não podem ser avaliados com os mesmos critérios, e criámos distinções para garantir uma avaliação mais justa”, explica.

Apesar do entusiasmo e da qualidade dos projetos, transformar ideias em negócios viáveis continua a ser um desafio. Um dos obstáculos mais comuns apontados pela pró-reitora é a falta de adaptação ao mercado. “Os empreendedores apaixonam-se pelas suas ideias, mas nem sempre ajustam o projeto às reais necessidades do mercado. A escuta ativa e a flexibilidade são essenciais”, alerta.

Outro entrave é o acesso ao financiamento. “Portugal tem muitas fontes de investimento, mas o verdadeiro capital de risco ainda é escasso. Muitas startups acabam por procurar financiamento no estrangeiro porque os fundos nacionais só investem quando o negócio já está mais desenvolvido”, explica.

Um concurso com impacto

Ao longo de 12 edições, o Arrisca C apoiou quase 200 projetos, muitos dos quais se transformaram em empresas de sucesso. Segundo Gabriela Fernandes, exemplos como a Blueworks e a INEYE PHARMA demonstram o impacto do concurso no ecossistema de inovação português.

Os finalistas da edição de 2025 serão conhecidos a 9 de abril, durante uma sessão pública onde os projetos premiados serão apresentados a investidores e parceiros. Este evento é também uma oportunidade para os empreendedores estabelecerem contactos e conseguirem apoios adicionais.

Olhando para o futuro, o Arrisca C mantém o compromisso de fomentar a inovação e o empreendedorismo. “O nosso papel é facilitar a criação e o crescimento de novas ideias, ajudando os empreendedores a superar desafios e a concretizar os seus projetos”, conclui Gabriela Fernandes.

Além do Arrisca C, a Universidade de Coimbra continua a apostar em iniciativas para capacitar os empreendedores. O Student Hub (SH) e a Académica Start UC lançaram a segunda edição do curso “Deixa a tua marca: Empreende-te”, que decorrerá entre 20 de fevereiro e 9 de maio. 

Com uma duração de 54 horas, o curso destina-se a estudantes da Universidade de Coimbra e está limitado a 100 vagas.

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