Aplicações que mudam a vida das crianças autistas
Entre tantas outras coisas, o Programa Integrado para o Autismo (PIPA) aposta na criação de aplicações que possibilitam o acompanhamento de crianças. Recentemente foram criadas três apps que pretendem estimular as competências neurocognitivas e linguísticas das crianças autistas.
A Perturbação do Espectro do Autismo caracteriza-se por alterações acentuadas em áreas como a socialização, a comunicação ou o comportamento, pelo que estas aplicações podem fazer a diferença.
Através de jogos, desenvolvem-se os campos da linguagem e da numeracia.
Houve a preocupação de recorrer a uma equipa da área da saúde (psicologia do desenvolvimento e terapia da fala) e do design para a construção das aplicações, de modo a que sejam eficazes no desenvolvimento das crianças.
No caso do PIPA, a vantagem é que cada criança tem um programa de intervenção com objetivos específicos, desenhado de acordo com as suas necessidades.
Cláudia Bandeira de Lima, CEO do PIPA, refere que uma característica das crianças autistas é a aptidão para a componente eletrónica, o que ajuda à aprendizagem de conteúdos, por exemplo, num tablet, ao invés de um método de ensino dito tradicional.
Neste sentido, através da utilização das aplicações, aproxima-se a tecnologia da saúde, o que pode ser de extrema relevância para os avanços necessários nesta área.
Já são mais de 60 as crianças acompanhadas anualmente pelo PIPA, sendo que em Portugal uma em cada 68 crianças sofrem de autismo.
E é por isto que um objetivo futuro é conseguir desenvolver uma aplicação que permita diagnosticar precocemente o autismo – antes dos dois anos de idade da criança -, para que a área seja ainda mais desenvolvida no nosso país. E, mais do que isso, estes são passos que permitem mudar a vida de muitas pessoas, tornando-as mais felizes.
Veja também:
Episódio sobre o PIPA na série da SIC Notícias "A Caminho para a Web Summit".