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A startup “portuguesa” que recusou a Y Combinator

por Miguel Magalhães (Texto) | 19 de Fevereiro, 2025

A Sonant, dos portugueses Francisco Lopes e Diogo Bragança, está baseada nos EUA e quer revolucionar o setor americano de seguros. Episódio disponível no nosso canal de YouTube.

A Sonant, uma startup com ADN português baseada em Palo Alto, nos EUA, casa de algumas das principais empresas tecnológicas globais.

Os seus co-founders Francisco Lopes, Diogo Bragança e Alejandrina Gonzalez estão a criar uma solução que utiliza inteligência artificial para acabar com as longas horas que passamos ao telefone cada vez que queremos resolver um problema com o nosso seguro. 

Recentemente, receberam também um convite para integrar a Y Combinator, a mais popular aceleradora de startups no mundo inteiro.

Uma sucessão de momentos

Uma pergunta que se costuma fazer a todos os founders é como é que lhes surgiu a ideia para a solução que criaram. Por norma, costuma haver um episódio em particular, mas no caso da Sonant houve vários momentos.

  • Ia ser um produto AI para vendas, mas um dos investidores da startup é o CEO de uma líder de seguros em Portugal.
  • A equipa de fundadores da Sonant, ao estar baseada nos EUA, enfrentava diariamente problemas com os seus seguros.
  • E depois havia a própria natureza empreendedora de Francisco e Diogo, que pelo background em física e pela experiência com startups anteriores, já estavam habituados a ir atrás de soluções para problemas. 

Regressando ao presente, o que faz a Sonant ou, mais precisamente a Flora, o agente de inteligência artifical que desenvolveu? Francisco explica que o objetivo é automatizar tarefas mais repetitivas do lado das seguradoras e melhorar a experiência para o utilizador comum.

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Nos EUA, o mercado dos seguros está avaliado em quase 4 biliões de dólares (ou trillion em inglês) e acaba por impactar uma série de áreas entre a saúde, a mobilidade ou a habitação.

Um dos desafios que qualquer startup de inteligência artificial tem enfrentado nos últimos anos é a escolha de como desenvolver o seu produto. Criar de raiz um modelo de linguagem natural que suporta a tecnologia, ou investir mais tempo no design da solução e integração com modelos já existentes.  O caso da Sonant não foi diferente, tendo optado pelo segundo caminho.

Como é que a Sonant faz dinheiro? 

Os cliente tipo da Sonant são os mediadores e distribuidores de seguros que pagam um valor mensal por horas de utilização do seu agente IA. Em termos de concorrência, a startup não está preocupada com outros big players, seja do lado dos seguros, seja do lado da própria inteligência artificial.

Até porque ao estar nos EUA, sente que já tem algumas vantagens em comparação com quem está baseado na Europa.

Outra das vitórias da Sonant nos EUA foi ter sido a primeira startup portuguesa em quase uma década a receber um convite para integrar a aceleradora Y Combinator, por onde passaram gigantes como a Airbnb, a Dropbox ou a Stripe.

No entanto, acabou por não aceitar, mas por uma boa razão. A proposta de um dos investidores da startup acabou por ser mais atrativa e permite a ambos terem mais  flexibilidade para desenvolver o seu produto nos próximos anos.

No fim da nossa conversa, já estavam juntos para se preparem para isso.

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