Árvores. Transformar o smartphone no nosso áudio-guia em museus (e não só)
Não há nada como passar a tarde a visitar um museu, mas alguns museus têm formas mais interativas e dinâmicas de nos transmitir informação do que outros. É nisso que está focada a plataforma Árvores, que “cria e gere conteúdo interativo”, ao qual os visitantes podem aceder no próprio dispositivo móvel, explica Mar Fuentes Lanning, responsável pelo projeto.
A empreendedora mexicana conta que a ideia foi desenvolvida no México, numa empresa da cidade de Morélia chamada El Gabinete (que trata da parte dos museus) e outra chamada BoxToLife (que cria a tecnologia por detrás de tudo). De momento, é usada em vários museus no país e por três em Espanha. Contudo o projeto Árvores é um produto da startup portuguesa Caixa Disruptiva (uma spin off destas duas empresas) e está neste momento a dar os primeiros passos em território nacional. O casamento entre os dois países fez-se por intermédio da Startup Lisboa.
A ideia não é conceber apresentações de conteúdo para os museus, mas sim fornecer-lhes uma ferramenta self-service, que os museus podem utilizar para produzir o seu próprio conteúdo. “Está feita para ser uma plataforma independente”, esclarece Mar Fuentes Lanning, que acrescenta que o objetivo é “vendê-la como um software”.
A Árvores permite conceber conteúdo em texto, imagem, áudio, vídeo, realidade virtual, entre outros formatos. Para ter acesso à plataforma basta ter também acesso à internet, uma vez que se trata de uma web app, por isso o utilizador não tem de descarregar nada para o seu smarthphone, nem usar os típicos áudio-guias que costumam ser fornecidos quando se visita um museu. A aplicação é utilizada no próprio telemóvel do visitante.
O nome Árvores surge no sentido de identificar esta vertente multiplaformas com as várias ramificações de uma árvore, da raíz aos ramos. “O nome Árvores tem muito sentido por causa das raízes de um produto que distribui conteúdo para contar histórias”, diz Mar Fuentes Lanning. Esta ferramenta dá ainda resposta a pessoas com algum tipo de incapacidade, por exemplo visual ou auditiva, uma vez que é capaz de apresentar conteúdo com abordagens muito variadas.
Lanning afirma que “a plataforma pode ser muito poderosa para museus de pequena e média dimensão”. Por isso, o interesse em Portugal prende-se no facto de haver “muitos sítios patrimoniais, não apenas museus, que podem ter uma quantidade de informação muito relevante para os visitantes”. Ou seja: não são só os museus que podem beneficiar do uso da Árvores. Também em atrações como parques naturais, monumentos e zonas arqueológicas é possível transmitir informação cultural através da web app.
A plataforma foi lançada recentemente e, por agora, os criadores do projeto procuram museus ou outras pontos de interesse patrimonial com quem possam fazer parcerias. Em Portugal, a Árvores ainda não tem clientes e está a tentar ganhar terreno, mas já conta com o apoio de um programa de aceleração promovido pela Fábrica de Startups, em associação com o Turismo de Portugal.
Entretanto, do outro lado da fronteira, a Árvores está a trabalhar com o Ministério da Defesa de Espanha, a aplicar a tecnologia em três museus emblemáticos: o Museu Naval de Madrid, o Museu de Náutica e Astronáutica e o Museu do Exército.
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