Como Guimarães passou de berço de Portugal a berço das startups
por Gabriel Lagoa | 4 de Agosto, 2025
No centro histórico de Guimarães há um ecossistema “vibrante” onde universidade e empresas criam soluções para o futuro: das startups aos laboratórios de defesa.
Guimarães pode ser conhecida como o berço de Portugal, mas esta cidade minhota está a escrever um novo capítulo da sua história: o da inovação tecnológica.
Com mais de 140 startups apoiadas e cerca de 20 milhões de euros captados, Guimarães transformou-se num ecossistema onde a universidade e as empresas trabalham lado a lado. Os números são da Set.up Guimarães, a rede de Incubadoras do município, e mostram que é possível manter a identidade histórica da cidade enquanto se abraça o futuro.
Neste episódio da série The Next Big Idea sobre inovação nos municípios, mostramos como o Avepark funciona como peça central desta transformação. O parque tecnológico nasceu da necessidade de criar uma ponte entre a academia e a indústria numa região que precisava deste elemento agregador. “Guimarães sentiu a falta de ter aqui um elemento agregador de todas as empresas da área tecnológica”, explica Ricardo Machado, Diretor de Inovação da Câmara de Guimarães.
Aqui encontramos empresas como a Stemmatters, que desenvolve medicamentos experimentais e produtos biológicos. Para o CEO Rui Sousa, a localização no Avepark é estratégica: “É central a muitos dos parceiros com quem trabalhamos, seja no Porto, em Braga ou em redor de Guimarães.”
A Universidade do Minho serve como espinha dorsal de todo este sistema. A sua investigação aplicada liga-se diretamente ao tecido empresarial através de parcerias e projetos de cocriação. Os números? Mais de 60 spin-offs já geraram cerca de 6 milhões de euros de volume de negócio.
Espaço também no episódio para a Fibrenamics, um instituto vimaranense onde se desenvolvem fibras que podem acabar em coletes à prova de bala, em componentes de naves espaciais, ou até em pijamas para quem não consegue dormir. A empresa lidera a criação de um hub de defesa no Avepark, criado para responder às necessidades geopolíticas e de defesa europeia.
O próximo desafio? Aumentar a visibilidade europeia e consolidar as empresas existentes. Como refere Rui Sousa, “o reconhecimento virá da consolidação das empresas que compõem este tecido tecnológico”.
Será Guimarães a próxima referência europeia em tecnologia? Vejam aqui o mais recente episódio de The Next Big Idea.