Programar sem ser programador? “Vibecoding” é a tendência que está a transformar as startups
por Marta Amaral | 8 de Maio, 2025
Quem o diz é Garry Tan, CEO do Y Combinator. O responsável pela aceleradora americana relata que as empresas emergentes estão a crescer 10% por semana por causa da IA.
A explicação está no facto da maioria dos código das aplicações estarem a ser escritos com ajuda de chatbots de IA como o ChatGPT.
No entanto, o chatbot da OpenAI apresenta ainda várias limitações em VibeCoding: um conceito recente que está a democratizar o desenvolvimento de software.
Com estas ferramentas, qualquer pessoa, mesmo sem formação em programação, pode criar aplicações numa conversa com um chatbot de IA.
“É como ter um assistente técnico que entende o que queremos e escreve o código por nós”, descreve Pedro Rocha, CEO da SageScan e Community Manager da 351 Associação Portuguesa de Startups.
Quais são as ferramentas mais populares:
- GitHub Copilot: sugere e completa código no editor, funciona como um “verdadeiro copiloto”.
- Cursor: permite interagir com o código por chat, ideal para quem está a aprender ou quer ajustar funcionalidades.
- WindSurf AI: oferece sugestões contextuais e explicações durante o processo de desenvolvimento.
- Lovable: vai mais longe: além de gerar o código, constrói o front-end, liga à base de dados e faz o deployment. Ideal para quem precisa de código mas não sabe como aplicá-lo.
Esta abordagem está a transformar o papel dos programadores nas startups. Em vez de programarem tudo do zero, passam a supervisionar e integrar os outputs gerados por IA.
Este novo paradigma está a transformar o papel dos programadores nas startups. Em vez de escreverem tudo do zero, passam a supervisionar e integrar os outputs gerados por IA.
Em entrevista à CNBC, Garry Tan (CEO Y Combinator) afirma que em cerca de um quarto das startups atuais da YC, 95% do código foi escrito por inteligência artificial.
“Pode parecer assustador, mas por outro lado, o que isto significa para os fundadores é que já não precisam de uma equipa com 50 ou 100 engenheiros”, afirmou Tan.
A mentalidade dominante em Silicon Valley mudou: o antigo modelo de “crescimento a todo o custo” foi substituído por um foco renovado na rentabilidade.
A Google, Meta e Amazon já reduziram significativamente as contratações, abrindo espaço para que startups mais ágeis ocupem o terreno.
“Talvez seja esse engenheiro que não conseguiu emprego na Meta ou na Google que, afinal, pode construir um negócio independente a gerar 10 ou 100 milhões de dólares por ano com apenas dez pessoas — é um momento incrivelmente poderoso para o software”, apontou o responsável pela aceleradora.