Portuguesa Growset quer investir 10 milhões em projetos de Inteligência Artificial e low-code
por Gabriel Lagoa | 8 de Janeiro, 2025
A Growset quer apoiar projetos em Portugal e no estrangeiro. Além disso, a empresa criou o Growset Labs, um espaço para acelerar ideias e negócios disruptivos.
Portugal tem uma nova empresa dedicada ao apoio a empreendedores tecnológicos. A Growset nasce da parceria de três nomes do setor – João Prior, Frederico Mangas e Nelson Rodrigues – e prepara-se para investir 10 milhões de euros nos próximos dois anos em projetos considerados inovadores.
Os três fundadores conhecem o caminho que muitos empreendedores têm pela frente. João Prior trabalhou na Deloitte em User Experience e Tecnologia. Frederico Mangas criou a Indigo em 2014, que presta serviços em low-code, e Nelson Rodrigues fundou a Mediaweb, empresa que trabalha com soluções low-code e Inteligência Artificial (IA).
A Growset não quer ser apenas mais um investidor. A empresa criou o Growset Labs, um espaço pensado para acelerar ideias e negócios diferentes do habitual. Este laboratório de inovação vai trabalhar de perto com as empresas do portfólio para criar soluções que respondam aos desafios atuais do mercado.
O foco está nas empresas que trabalham com low-code e Inteligência Artificial, tanto em Portugal como no estrangeiro. A empresa já tem um portfólio diversificado que inclui desenvolvimento de software, experiência do utilizador, IA, consultoria tecnológica e formação.
Os 10 milhões de euros previstos para investimento até 2027 têm um propósito claro: apoiar projetos tecnológicos que possam revolucionar o mercado. A missão passa também por um crescimento estratégico e sustentável das empresas, sem depender apenas de capital.
Low-code e Inteligência Artificial em crescimento
O low-code está a mudar a forma como se criam aplicações digitais. Esta tecnologia permite desenvolver software sem necessidade de conhecimentos profundos de programação, tornando o processo mais rápido e acessível.
Na prática, estas plataformas funcionam de forma simples e visual: o utilizador pode criar aplicações completas apenas selecionando e combinando blocos predefinidos, como quem monta um puzzle digital. Com alguns cliques, é possível construir sistemas que antes exigiriam meses de programação tradicional.
Esta democratização do desenvolvimento de software está a ganhar força em Portugal, onde empresas como a Outsystems, hoje um unicórnio, já se destacam mundialmente neste setor. A simplicidade do processo permite que profissionais de diferentes áreas possam criar as suas próprias soluções digitais, acelerando a transformação digital das empresas portuguesas.
Um estudo da KPMG, que envolve Portugal, destaca que “a grande maioria das empresas inquiridas (81%) consideram o low-code um fator-chave para acelerar o seu desenvolvimento e apontam o aumento da eficiência dos processos (53%) e da produtividade dos colaboradores (51%) como principais benefícios para a implementação desta tecnologia.
Além disso, o low-code ganha outra dimensão quando combinado com chatbots de IA generativa, que conseguem transformar descrições, fornecidas pelos utilizadores em linguagem natural, ou palavras, em código funcional. Um utilizador pode simplesmente explicar por palavras suas aquilo que pretende criar – seja uma página web, um formulário ou uma base de dados – e estas ferramentas convertem automaticamente essas instruções em código.