Startup americana quer resolver o problema dos media e da IA generativa
por Miguel Magalhães (Texto) | 8 de Agosto, 2024
A Prorata.ai levantou 25 milhões de dólares esta semana para implementar o seu modelo de IA, que afirma permitir atribuir uma compensação justa a publicações cujos conteúdos estão a ser utilizados por chatbots.
Com toda a conveniência que a IA trouxe a milhões de utilizadores, com destaque para plataformas como o ChatGPT, a verdade é que muito do valor dessas tecnologias vem de modelos trabalhados em dados produzidos por publishers, autores, estúdios, entre outros produtores de conteúdos, que não estão atualmente a ser recompensados pelo seu trabalho.
Nos últimos meses, têm surgido várias parcerias entre os principais orgãos de comunicação nos EUA como o The New York Times, o Washington Post e a revista Time e as principais empresas de IA generativa como a OpenAI ou a Perplexity AI, que querem treinar as suas tecnologias nos conteúdos destes publishers para darem resultados cada vez mais afinados e atempados aos seus utilizadores.
No ano passado, também as vozes de Hollywood se fizeram sentir com duas greves em que atores e guionistas procuravam algumas garantias dos estúdios de que o seu talento não iria ser “trabalhado” por uma determinada tecnologia IA que os tornava praticamente obsoletos em muitos contextos.
O que é diferente sobre a Prorata.ai?
A maior parte destes acordos não têm em vista uma forma de saber exatamente como é que os dados dos publishers estão a ser utilizados na produção de resultados. As empresas de IA estão a pagar uma fee a estas organizações para utilizarem os dados para treinar os seus modelos, mas não têm propriamente uma forma de as recompensar quando os seus dados forem uma parte essencial de um resultado dado a um utilizador. É aí que entre a Prorata.ai, que esta semana levantou uma ronda de 25 milhões de dólares, como comunicou a Axios.
A startup assinou acordos com entidades como o Financial Times, a Axel Springer, o The Atlantic e a Fortune em que se compromete a uma partilha de receitas com base no modelo de subscrição da sua plataforma.
- Como funciona: a empresa já tem um algoritmo patenteado que vai integrar no motor de pesquisa e no chatbot que está a desenvolver, que essencialmente permite traçar a contribuição de cada publisher para o resultado gerado por um determinado “prompt”.
- Sobre o algoritmo: não há grandes dados sobre o seu desenho, mas essencialmente vai premiar fatores como a novidade associada a uma informação ou facto.
- A monetização: Os parceiros de conteúdo da Prorata.ai serão recompensados com base na percentagem de contribuição que tiveram para os resultados gerados.
Colocar modelo em prática
Numa fase inicial, a Prorata.ai planeia distribuir metade das suas receitas pelos seus parceiros de conteúdos, sendo que já está a explorar outros modelos de negócio. Se a sua plataforma resultar numa escala maior, a startup planeia licenciar o seu modelo a empresas de AI de maior dimensão como a OpenAI e a Anthropic para que elas próprias o possam integrar nos seus ecossistemas e garantir uma recompensa mais justa para criadores de conteúdo cuja informação está a ser utilizada.
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