Coca-Cola e Pepsi apresentaram os seus resultados do último trimestre. Quem se saiu melhor?

A rivalidade entre Coca-Cola e Pepsi (que mais tarde viria a tornar-se na PepsiCo, devido à fusão com a Frito-Lay, criadora de produtos como as batatas fritas Lay’s) remonta há mais de um século e a disputa entre as duas multinacionais até já já ganhou o nome de “Guerra das Colas”.  

Ao longo das últimas décadas, a luta entre a Coca-Cola e a PepsiCo tem-se manifestado não só nos produtos, mas também nas estratégias de marketing. Por exemplo, nos anos 70 a Pepsi lançou o chamado “Pepsi Challenge”, que não era mais do que uma prova cega com o objetivo de levar os consumidores a decidir qual das duas colas sabia melhor. A estratégia funcionou às mil maravilhas e o número de pessoas que escolheu Pepsi foi maior face àquelas que escolheram a bebida da concorrência, o desafio viria a ser repetido ao longo dos anos. 

A campanha acabou por impulsionar as vendas da Pepsi e posicionou a empresa como uma marca confiante e não convencional. Outra campanha foi a “The Choice of a New Generation”, que contou com a participação de celebridades da época, e tinha o objetivo de tornar a Pepsi mais apelativa para os jovens. 

Do outro lado, a Coca-Cola apostou em campanhas que apelam à emoção e à união. É o caso da campanha “Share a Coke”, com garrafas personalizadas que podiam ser oferecidas, e os anúncios de Natal com camiões da marca iluminados; o objetivo era reforçar a imagem da Coca-Cola como uma marca que une as pessoas. 

Na realidade, tanto a Coca-Cola como a PepsiCo são vastos conglomerados que englobam dezenas de marcas populares em diversos segmentos como: 

• Refrigerantes: Coca-Cola vs Pepsi

• Refrigerantes de lima-limão: Sprite (Coca-Cola) vs 7Up (PepsiCo)

• Bebidas desportivas: Powerade (Coca-Cola) vs Gatorade (PepsiCo)

• Águas: Aquarius (Coca-Cola) vs Aquafina (PepsiCo)

Coca-Cola cresce em receitas mas cai nos lucros

Neste mês de julho, a competição entre as duas multinacionais ganhou um novo capítulo, com a apresentação dos resultados do segundo trimestre deste ano. 

A Coca-Cola registou um crescimento das receitas de 3%, face ao mesmo período de 2023, atingindo os 12,4 mil milhões de dólares (cerca de 11,4 mil milhões de euros), acima das expectativas de Wall Street. É o que indica um comunicado da multinacional americana, divulgado esta terça-feira, que explica que o crescimento é apoiado por aumentos nos preços e ações promocionais. 

Quanto aos lucros da empresa, desceram 5% em termos homólogos, para 2,4 mil milhões de dólares (mais de 2,2 mil milhões de euros). 

O volume de unidades vendidas pela marca Coca-Cola aumentou 2% neste segundo trimestre do ano, impulsionado sobretudo pelo crescimento na América Latina e Ásia-Pacífico. Já na América do Norte, o volume caiu 1% este trimestre, uma vez que o preço médio dos produtos vendidos aumentou 11%. Na Europa, o volume de unidades vendidas manteve-se estável.

Durante a apresentação dos resultados, o CEO da Coca-Cola, James Quincey, adiantou que as vendas de bebidas em restaurantes registaram uma queda, uma vez que os consumidores procuram poupar mais. Como conta a CNBC, para aumentar a procura, a Coca-Cola está a estabelecer parcerias com clientes de serviços alimentares para comercializar menus que incluem comida e bebida. Por exemplo, nos EUA, a multinacional esteve envolvida na divulgação de um menu de 5 dólares da McDonald’s, que inclui uma bebida, num esforço para impulsionar as vendas dos produtos da marca Coca-Cola em restaurantes. 

Ainda assim, James Quincey refere que “depois de um bom início de ano, continuámos a nossa dinâmica no segundo trimestre, num mundo com um amplo espectro de dinâmicas de mercado. A nossa estratégia está a funcionar. Estamos a vencer no mercado ao alavancarmos a nossa escala e ao continuarmos a promover uma mentalidade de crescimento”. 

O responsável assegura que está confiante para o cumprimento dos objetivos de negócios de 2024 e aponta para um crescimento entre 9% e 10% das receitas. Em jeito de antecipação do terceiro trimestre, a Coca-Cola aponta para um aumento de 4% das receitas.

PepsiCo aumenta lucros mas não bate expectativas de receita

A apresentação de resultados por parte da Coca-Cola sucede à da rival PepsiCo. Também neste mês de julho, a empresa anunciou que terminou o segundo trimestre do ano com um crescimento de 12% nos lucros, atingindo os 4,05 mil milhões de dólares (cerca de 3,73 mil milhões de euros). Quanto à receita, subiu 0,8% para 22,5 mil milhões de dólares (mais de 20,7 mil milhões de euros). 

As receitas da PepsiCo neste segundo trimestre não cumpriram as expectativas do mercado e ficaram ligeiramente acima do nível de 2023. O resultado deve-se, em parte, a um pior desempenho dos negócios de snacks e bebidas da Pepsi na América do Norte. Ambas as unidades viram o volume de vendas diminuir 4% e 3% em relação ao ano anterior, respetivamente.

A empresa lembra que os seus clientes estão mais preocupados com o preço e estão a mudar para as marcas próprias, que são mais baratas, ou a comprar em lojas que fazem descontos. Em resposta, a PepsiCo quer lançar ofertas e promoções nas lojas, particularmente nos Estados Unidos. 

“Hoje em dia, os consumidores estão muito mais conscientes dos preços e procuram mais valor” afirmou o CEO da PepsiCo, Ramon Laguarta, durante a apresentação de resultados.

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