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Netflix bate expectativas e reforça aposta nos eventos em direto

por Gabriel Lagoa | 19 de Julho, 2024

A gigante do streaming conquistou mais de 8 milhões de novos assinantes no segundo trimestre deste ano, superando as previsões. Receitas cresceram 17%, impulsionadas pelo plano com publicidade.

A Netflix confirmou esta quinta-feira a sua liderança no setor do streaming, ao conquistar mais de oito milhões de novos subscritores no segundo trimestre deste ano, um aumento de 16,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 278 milhões de assinaturas. A expectativa do mercado era que o crescimento não ultrapassasse os cinco milhões, mas a plataforma surpreendeu e registou também um forte crescimento das receitas através da publicidade, com uma subida de 34% (face ao mesmo período do ano passado) no número de subscritores do plano mais barato com anúncios. Nos últimos tempos, as ações da Netflix têm sido impulsionadas pela tentativa de arrecadar subscritores neste plano mais acessível, além do combate à partilha de contas. 

Contas feitas, o grupo norte-americano gerou receitas de 9.560 milhões de dólares (cerca de 8.770 mil milhões de euros) em comparação com o segundo trimestre de 2023, um aumento de 17%. Ainda assim, a Netflix indica que os ganhos de assinantes foram mais fracos na primavera, depois de começar 2024 em alta, com 13 milhões de assinaturas adicionais obtidas durante a época de férias e mais de nove milhões durante o primeiro trimestre. Os resultados levaram a empresa a antecipar um crescimento das receitas de 14% a 15% para este ano.

Em comunicado, a Netflix adianta ainda que a partir de 2025 vai deixar de divulgar o número de assinantes a cada três meses para se concentrar nas medidas de “engagement” do público (tempo gasto a ver os conteúdos), que refletem melhor a capacidade da plataforma para fidelizar e seduzir. 

Como conta a agência Lusa, a Netflix não enfrenta apenas os seus concorrentes diretos (Disney, Apple, Amazon ou Max), mas também as inúmeras plataformas de ‘streaming’ e entretenimento, desde o YouTube aos videojogos via TikTok e canais de televisão. Em maio, por exemplo, o YouTube era o serviço de ‘streaming’ líder nos Estados Unidos, com quase 10% de quota de mercado no setor televisivo, segundo o instituto Nielsen. A Netflix ficou em segundo lugar com 7,6%, principalmente graças ao início da transmissão da terceira temporada de Bridgerton. E o YouTube teve quase um quarto da audiência total só nas plataformas de ‘streaming’.

Para ganhar terreno face à concorrência, a Netflix está também a reforçar a aposta na transmissão de eventos em direto. Por exemplo, a plataforma assinou um acordo de transmissão de dez anos com a liga norte-americana de wrestling profissional WWE, por 5 mil milhões de dólares (cerca de 4.600 mil milhões de euros), e vai transmitir em direto um combate de boxe entre o youtuber Jake Paul e a lenda do boxe Mike Tyson. Em maio o grupo californiano adquiriu os direitos de pelo menos quatro jogos da liga profissional de futebol americano NFL, que se vão realizar perto do Natal.

“Estamos em direto porque os nossos subscritores adoram, e isso gera um enorme envolvimento e uma enorme excitação… e o bom é que os anunciantes gostam pelas mesmas razões”, disse o co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, citado pela CNBC, durante a apresentação dos resultados da empresa. 

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