Portuguesa CellmAbs celebra o maior acordo de sempre em biotecnologia com a BioNTech
por The Next Big Idea | 11 de Janeiro, 2024
Acordo celebrado pode ser o primeiro de uma biotecnológica portuguesa a passar os mil milhões de euros. É o maior de sempre na área de biotech em Portugal.
No início da semana, a portuguesa CellmAbs anunciou que celebrou o “maior acordo de sempre no campo da biotecnologia” em Portugal com a alemã BioNTech, pioneira em novas terapias para o cancro e outras doenças graves (e que nos últimos anos ficou mais conhecida pelo público em geral por ter desenvolvido a vacina mRNA contra a Covid-19 com a Pzifer).
No comunicado, é detalhado que a transação inclui a cedência de patentes e de licenciamento que poderão contribuir para o desenvolvimento de um novo medicamento contra o cancro. A par, é também descrito que BioNTech também fica com o direito de exploração da tecnologia da CellmAbs que permite criar anticorpos monoclonais (‘mAbs’) específicos para células cancerígenas (anticorpos que não afetam as células saudáveis, reduzem os riscos e permitem que o tratamento seja adaptado a cada doente).
Nos termos do acordo, a CellmAbs vai receber pagamentos iniciais e a curto prazo poderá ser elegível para receber várias centenas de milhões de dólares em pagamentos e royalties. “Este é o maior acordo de sempre no campo da biotecnologia e ciências da vida com uma empresa portuguesa e o mais relevante nesta área por poder resultar no primeiro medicamento português inovador para a oncologia a ir para o mercado”, explicou Nuno Prego Ramos, cofundador e CEO, por e-mail, à agência Lusa.
Em termos concretos, considerando a expectativa existente em torno das possíveis receitas comerciais, a CellmAbs poderá ser a primeira no setor das ciências da vida em Portugal a ultrapassar a barreira dos mil milhões de euros.
Fundada por Nuno Prego Ramos e pela Professora Paula Videira em 2019, a CellmAbs é uma spin-off da Universidade NOVA de Lisboa que se especializou em novos tratamentos contra o cancro e que conta com vários candidatos pré-clínicos com base no seu conhecimento avançado de antigénios específicos do cancro, de acordo com informação disponível no site da NOVA. Ainda segundo aquela fonte, a tecnologia patenteada em causa foi desenvolvida em colaboração com o Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO) e o Helmholtz-Zentrum Dresden-Rossendorf (HZDR) na Alemanha.
A empresa de biotecnologia teve como únicos investidores a Bionova Capital (ex-Hovione Capital) e a Portugal Ventures.