Unilever. A multinacional vai passar a dizer “não” ao normal
É sobre isto que o último move da Unilever nos faz questionar. A multinacional britânica e holandesa decidiu retirar a palavra “normal” de todas as suas embalagens e campanhas publicitárias dos seus produtos de beleza ou cuidado pessoal. O objetivo é reforçar o seu conceito de “beleza positiva”, no sentido de normalizar diferentes tipos de beleza, fugindo à ideia canónica e estereotipada daquilo que seria algo bonito. Por exemplo: se existe um tipo de creme indicado para peles “normais”, isso significa que peles “secas”, “mistas” ou “oleosas” são anormais?
“A decisão de remover a palavra ‘normal’ é um dos muitos passos que estamos a dar no sentido de desafiar os ideais de beleza restritos, enquanto trabalhamos para ajudar a acabar com a discriminação e defender uma visão de beleza mais inclusiva”, referiu o grupo num comunicado. “De cuidados com a pele a sabonetes, champôs e muito mais, as nossas marcas de beleza e cuidados pessoais estão a remover a palavra ‘normal’ das campanhas publicitárias”, acrescenta a empresa.
Um estudo pedido pela própria Unilever, feito a 10 mil pessoas em 9 países, tirou algumas conclusões às quais vale a pena dar atenção:
- 56% das pessoas considera que a indústria da beleza e cuidados pessoais pode fazer com que as pessoas se sintam excluídas.
- 74% gostava que a mesma indústria trabalhasse mais no sentido de fazer com que os consumidores não só se parecessem melhor, mas também se sentissem melhor.
- 52% dos inqueridos confessa, atualmente, prestar mais atenção ao posicionamento das marcas no que toca a questões sociais antes de comprar produtos.
- 70% considerou que usar a palavra “normal” tem um impacto negativo. Entre os jovens dos 18 aos 35 anos, a percentagem sobe para 80%.
No vídeo promocional da Unilever tem como título “Positive Beauty: why we’re saying no to normal” (em português, “Beleza Positiva: porque é que estamos a dizer não ao normal”). Em pouco mais de dois minutos, desconstrói-se o conceito de “normal” confrontando a audiência com frases feitas sobre aquilo que é considerado vulgar, independentemente de isso ser bom ou mau. É neste contexto que a marca anuncia a sua decisão de retirar definitivamente a palavra normal de todas as embalagens e campanhas de produtos de beleza.
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